Cedida pelo próprio músico, é composta por documentos que percorrem diversas décadas, grupos, e manifestações populares que Julinho participou e vem participando.
“ Júlio Nei Candiota Quintian, nascido em Bagé em 28 de junho de 1956. Este ano faço 60 anos e há 36 anos atuo como músico profissional em Pelotas e região. Comecei a aprender música em fevereiro de 1972 no bairro de Santa Teresinha. Naquele ano comprei um violão, ia para a esquina da minha rua emprestar aos amigos que já tocavam. Ao compartilhar o instrumento aprendia com eles, desenhando em um papel os acordes do braço do violão e assim comecei a aprender.
Conheci o choro em 1980 quando iniciei a minha vida profissional no centro de Pelotas já tocando cavaquinho. Foi lá que tive o primeiro contato com o bar Liberdade e o regional do Avendano. Tocavam no grupo nessa época o Nogueira, Toinha, Renato e Aloim, que era primo irmão do meu pai. Aprendi a tocar o choro através do cavaquinista do regional, “Toinha”, que me chamava frequentemente para dar uma canja, assim comecei a acompanhar o Avendano e aprender as suas músicas.
Mais tarde estudei produção e teoria musical com Giovani Goulart e Tuniko Goulart, elementos que pude pôr em prática com o contato mais direto com músicos como o Possidônio Tavares, com quem aprendi a tocar harmonias mais complexas a reharmonizar de ouvido.”
Julio Nei Candiota Quintian – Cadernos do Choro de Pelotas 2016