Cedida pela irmã e grande entusiasta do cavaquinista e compositor pelotense Toinha (Arnóbio Madruga Borges), a coleção consiste de fotografias de diversas épocas e momentos em que o seu irmão atuou como músico.
Autor de choros como “Tio João” e “Uma Noite no Uruguay”, Toinha atuou em diversos grupos e ambientes ao longo de sua vida profissional.
“Toinha nasceu em Piratini em 27 de janeiro de 1935. Começou a tocar desde muito menino. Ele era pequeno e a mãe dava um instrumento pra ele brincar, dai ele falou: “Mãe, quero um cavaquinho”. O pai comprou a madeira e fez um cavaquinho de madeirinha pra ele. Então a mãe colocou ele no conservatório de música.
Toinha tocava muito numa boate em frente à CEEE; lá ele era muito conhecido, tinha muitos conhecidos lá dentro, chamavam ele de Ambrósio. O Avendano Jr., que era muito amigo dele, arrumou um serviço pra ele no [supermercado] Cinquentão como chefe da confeitaria. Depois ele saiu de lá e começou a tocar profissionalmente nas boates como o Sobrado, junto com o Solon Silva.
Quando ele saía do sobrado ficava esperando a academia passar, ele era apaixonado pela “Doente Academia de Samba”. Ele nunca desfilou, mas sempre tocou cavaquinho. Fez parte do grupo que acompanhava a Elis Regina durante a época em que tocava e vivia no Rio Grande do Sul. Sempre marcou presença na vida cultural de Pelotas, tocando na Rádio Cultura, sendo convidado a acompanhar os cantores que por aqui passavam, tal como a Elza Soares e a Beth Carvalho. Chegou a ser convidado a integrar o regional do Waldir Azevedo mas não foi porque a família não deixou”.
Heloisa Helena Borges, Cadernos do Choro de Pelotas, 2018