Aloyn Soares foi músico multi-instrumentista, compositor, e construtor de instrumentos. Com o Violão 7 cordas desenvolveu sua trajetória na cidade de Pelotas, tocando também Rabeca, Bandolim e Gaita de Boca.
Caprichoso e virtuoso na condução dos baixos ao 7 cordas (“baixarias”), Aloyn criou uma grande parceria com Avendano Junior, tocando junto ao cavaquinhista o repertório autoral de Choros que Avendano deixou para as futuras gerações de chorões.
Preservar a memória de Aloyn Soares é fundamental para o Choro e a música em Pelotas. Sua relação, sobretudo humana, com o grupo de amigos que desenvolveu por décadas a prática do choro, somada à sua capacidade criativa e capacidade técnica sucederam em um grande legado para o Choro e o violão sete cordas em Pelotas e no Rio Grande do Sul.
A coleção Aloyn Soares está em construção. Pretendemos que sua pagina no Acervo seja de uma colaboração coletiva de detentores de documentos relacionados a este grande mestre. Caso haja interesse de colaborar entre em contato com a equipe do Acervo pelo e-mail: choropelotas@ufpel.edu.br
Nascido no ano de 1931, na localidade de Teodósio (atualmente Capão do Leão), Aloyn desde criança foi introduzido ao mundo da música por seu pai, que trabalhando com madeira tinha possibilidade e habilidade para construir instrumentos.
Assim, em um ambiente propício, todos os filhos eram incentivados a tocarem um instrumento, o que de fato aconteceu.
Na adolescência mudou-se para a região do Porto em Pelotas, região sempre lembrada como boêmia pelos músicos da geração de Aloyn.
É no Bar Liberdade que Avendano e Aloyn desenvolvem a cumplicidade musical. Seu filho Gilberto relata, em entrevista ao Clube do Choro de Pelotas, que não recorda de ver os dois parceiros ensaiarem, mas sim do pai criando o acompanhamento ao violão em casa, lembrando de melodias que Avendano criava e apresentava com o grupo no bar.
Uma importante referência para a pesquisa sobre Aloyn é o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de João Francisco Pinheiro Neto intitulado “O VIOLÃO SETE CORDAS DE ALOYN SOARES: um estudo de trajetória” (2018). Este TCC foi apresentado como conclusão do Curso de Bacharelado em Música Popular, do Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Aloyn mantinha o hábito de receber músicos em casa, não se restringindo a chorões. Como ofício principal, a mecânica era sua atividade, com muita facilidade para serviços manuais, como vimos na adaptação de seu sete cordas e na criação de instrumentos.
É de sua atuação no grupo liderado por Avendano que hoje temos acesso ao que consideramos um de seus grandes legados: a execução impecável ao violão sete cordas em uma série de choros de Avendano e também de serestas, na voz de Roberval Silva.
Os registros abaixo foram realizados por Gabriel Victora – pesquisador, pianista e apaixonado pelo Regional – no Bar e Restaurante Liberdade da General Netto, entre agosto e setembro de 2001. Confira os áudios e partituras de alguns destes choros:
Doce Balanço, Choro de AVENDANO JR. (Pelotas / RS) – Versão para Flauta & Fagote com Raul d’Avila e Cláudia Sales.
O baixo foi extraído da criação e execução no Sete Cordas por Aloyn Soares.
Apresentação realizada na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia (PPGMUS – UFBA), em 29 de Junho de 2007