Metadados
Está ativa? (considerar as rodas e lugares ativos até a pandemia)
Sim
Região
Cidade/Estado
Endereço
Rua Almirante Gonçalves, 50, Copacabana
Descrição Geral e/ou Histórico
O Bip Bip é um bar famoso no Rio de Janeiro por ser um ponto cultural, solidário e político. Desde o final dos anos 1980, quando foi comprado por Alfredo Jacinto Melo, o popular Alfredinho, o Bip Bip (inaugurado em 1968) passou a ter rodas de samba regulares no seu minúsculo espaço de 18m2. Em meados dos anos 1990, provavelmente por volta de 1997, começaram as rodas de choro semanais. As rodas sempre foram abertas, sem formação fixa, 100% acústicas, sem fins comerciais. Uma das características do bar é que os músicos controlam o que bebem e pagam as próprias contas de bebidas. Uma outra característica é o respeito do público para com os músicos. Por não haver pagamento de ingresso e os músicos tocarem de graça, por prazer, e pelo fato da roda ser acústica, há uma expectativa de reciprocidade de silêncio e respeito. Isso é exigido pelos músicos ou pela pessoa responsável por tomar conta do bar. Tornou-se folclórica a fama de ranzinza de Alfredinho, com suas intervenções pedindo silêncio, quando o volume do falatório ultrapassava o aceitável. Alfredinho veio a falecer em 2019, mas as regras de respeito aos músicos permanecem. Segundo o músico Tiago Prata, um dos organizadores do bar, possivelmente é a roda de choro há mais tempo em atividade permanente no Rio de Janeiro.
Durante muitos anos, a roda de choro era toda terça-feira, começando por volta das 20h e só acabando quando os músicos cansam ou os vizinhos reclamassem, geralmente no início da madrugada. Uma infinidade de músicos de choro já passaram pela rodas em algum momento.
Há sempre uma base fixa que garante que a roda se mantenha. No início, nos anos 1990, o conjunto Água de Moringa estava sempre presente, assim como os irmãos Paulo e Pedro Aragão; Sérgio Prata, Agenor do Pandeiro, Maurício Capistrano, Abel Luiz, entre vários outros.
Nos últimos anos, a roda de choro ganhou um dia a mais no Bip e acontece todas às segundas e terças-feiras. Estão sempre presentes os músicos Fred Henning, Joaquim Cordeiro, Tiago Prata, Mariana Imbassahy, Leandro Montovani e Andre Vercelino.
A roda vai acontecendo sempre com quem está presente e enquanto houver lugar na mesa, os músicos vão sentando. Quando não há lugar, os músicos vão revezando.
Informações Complementares
Em tempos de pandemia o Bip continuou fazendo as rodas de choro toda semana, desde abril de 2020, de forma virtual, pelo Instagram. Todas essas rodas virtuais estão disponibilizadas na página do bar no Instagram. Assim que possível, provavelmente nos últimos meses de 2021, a roda voltará a acontecer presencialmente.
Website e/ou contato do evento
Referências
PRATA, Tiago (Pratinha). Depoimento à equipe de pesquisa realizado em 4 de agosto de 2021.
GENÚ, Francisco, PIMENTEL, Luís e VIEIRA, Marceu. Bip Bip, um Bar a Serviço da Alegria. Rio de Janeiro: o autor, 2018.