Metadados
Está ativa? (considerar as rodas e lugares ativos até a pandemia)
Não
Região
Cidade/Estado
Endereço
Rua Theremin, 105 – Acari / Coelho Neto
Descrição Geral e/ou Histórico
As rodas de choro da família Carrilho – Álvaro Carrilho (flautista e compositor), Zélia Lana Carrilho, Mauricio Carrilho (violonista e compositor) e César Carrilho – em Acari / Coelho Neto aconteceram entre os anos 1993 e 2000, quando a família se mudou de um apartamento em Olaria para uma casa com quintal e terraço, na Rua Theremin, 105. Durante toda a década de 1970 e 1980 a família promoveu rodas de choro na casa onde viveram, na Rua Conde de Agrolongo, na Penha, e no bar Casa do Carrilho, em Vila da Penha, entre 1989 e 1992.
As rodas aconteciam quase sempre aos domingos, no terraço, de forma acústica. Alguns dos músicos que frequentaram essas rodas foram o flautista Altamiro Carrilho, Índio do cavaquinho, Valter 7 Cordas, Waldir Mandarino (pandeiro), Miro, cavaquinista que era cego, e seu irmão Olavo, bandolinista, que era canhoto e tocava ao contrário (sem inverter as cordas, só virando o instrumento para o outro lado); Tico-Tico (bandolinista), Manezinho da Flauta, de Cabo Frio, e Gigi do Pandeiro, seu irmão; Edgar Duvivier (saxofone e clarinete), Arismar do Espírito Santo (violão), Paulo Sergio Santos (clarinete) e Pedro Amorim (bandolim), com quem Mauricio Carrilho teve o grupo O Trio, de 1986 a 1998; Celso Cruz (clarinete), Sergio de Jesus (trombone), Pedro Paes (clarinete), que tocou clarinete pela primeira vez nessas rodas pois antes era violonista clássico; a cantora Cristina Buarque; Leonardo Miranda (flautista).
Mauricio Carrilho destaca que a presença de Leonardo Miranda nas rodas resultou nas pesquisas de repertório de choro no século XIX, que passou a fazer desde 1999 com Anna Paes. Leonardo sempre tocava repertório dos chorões antigos, pois já era pesquisador de partituras raras de compositores de choro do século XIX e Mauricio ficava admirado de ver como aquelas músicas eram desconhecidas e muito pouco tocadas em rodas de choro. Além de repertório clássico do choro havia repertório autoral dos músicos. O bandolinista Tico-Tico esteve poucas vezes mas era conhecido por gostar de tocar choros clássicos e às vezes difíceis, como Modulando, de Rubens Leal Brito, em tons diferentes dos habituais. Manezinho da Flauta gostava de tocar Cuidado Colega, de Pixinguinha.
No mesmo terraço onde aconteciam as rodas de choro foi construído o estúdio da gravadora Acari Records, criada em 1999. Toda a série Princípios do Choro e Choro Carioca – Música do Brasil, com o repertório de compositores nascidos no século XIX, foi gravada lá, além da maioria dos discos do catálogo da gravadora.
Quando a Escola Portátil de Música foi criada, no ano 2000, as rodas passaram a ser cada vez menos frequentes, pois passaram a acontecer na própria escola, aos sábados, com a prática do Bandão e outras rodas.
Informações Complementares
Ver também a ficha "Roda de choro da família Carrilho na Penha" e "Roda de choro da família Carrilho em Acari/Coelho Neto"
Referências
CARRILHO, Mauricio. Depoimento à equipe de pesquisa realizada em 1º de junho de 2021.