Descrição Geral e/ou Histórico
O Semente, criado em 1998, foi um dos bares que mais se destacou no período de revitalização das atividades artísticas do tradicional bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. Uma geração de novos artistas encontrou no Semente um local de valorização do seu repertório autoral, e em especial, dos gêneros de música brasileira, como o choro e o samba. Em quase 20 anos de existência o Semente recebeu centenas de artistas e ganhou reconhecimento nacional e internacional por ser um ponto de encontro de músicos para experimentar música. Ao lado do Semente, outros bares que se destacaram como lugares de performance de música popular brasileira, foram o bar Carioca da Gema (Av. Mem de Sá, 79), o Rio Scenarium (R. do Lavradio, 20) e o Clube dos Democráticos (Rua Riachuelo, 91).
Entre os grupos dedicados a tocar choro no Semente, destacam-se:
1ª fase: de 1998 a 2002:
Abraçando o Jacaré, às segundas-feiras – João Hermeto (percussões); Santa Marta (bandolim); Nando Duarte (violão); Alexandre (Flauta)
Sacode o Evaristo, às quintas-feiras – Luís Filipe de Lima (Violão 7); Zé Paulo Becker (Violão 6); Ronaldo do Bandolim (bandolim); Sergio Krakowski (pandeiro)
Tira Poeira, às terças-feiras – Fábio Nin (Violão 7); Caio Márcio (Violão guitarra); Henry Lentino (bandolim); Sergio Krakowski (pandeiro)
2ª fase: de 2004 a 2017
Semente Choro Jazz, às segundas-feiras - Zé Paulo Becker (Violão 6), líder do grupo. Ao longo de quase 14 anos fizeram parte: Marcio Bahia (bateria); Carlos Cesar Mota (Bateria); Cassius Theperson (bateria); Bernardo Aguiar (pandeiro), Rafael Barata (bateria); Caio Márcio (violão guitarra); Rômulo Duarte (baixo acústico/elétrico); Guto Wirtti (baixo acústico/elétrico); Rodrigo Villa (baixo acústico/elétrico); Thiago do Bandolim (bandolim); Dudu Oliveira (sopros); Pedro Franco (bandolim, violão guitarra)
Dudu Oliveira, às terças-feiras – Dudu Oliveira (sopros); Cassius Theperson (bateria); Luis Louchard (baixo) e Claudinho Andrade (teclado).
Estes foram alguns grupos residentes. No entanto, aconteceram muitas temporadas com Eduardo Neves, Silvério Pontes & Zé da Velha, Gabriel Grossi, Bebê Kramer, Yamandu Costa, Carlos Malta, Humberto Araújo, Nicolas Krassik, Zé Nogueira, Paulo Sergio Santos, João Camarero entre outros.
As rodas sempre foram amplificadas. Os grupos Abraçando o Jacaré e Semente Choro Jazz recebiam muitas canjas, pois era segunda-feira, “dia mundial da folga dos músicos”, segundo a proprietária, Aline Brufato. Cabe destaque para o Semente Choro Jazz que recebeu uma infinidade de grandes nomes da música brasileira e internacional às segundas-feiras.
O Semente sempre cobrou entrada, pois era com esta arrecadação que o cachê dos músicos era pago. Segundo Aline: – Em hipótese alguma daria para classificar o Semente como um lugar estritamente com fins comerciais. Muito pelo contrário. Era um lugar onde os músicos podiam tocar a música que quisessem, um lugar experimental que privilegiava o encontro entre artistas.
O Semente recebeu canjas de grandes músicos brasileiros e internacionais, como Chico Buarque, Ney Matogrosso, João Bosco, Jaques Morelenbaum, Guinga, Yamandú Costa, Marisa Monte, Beth Carvalho, Carlos Malta, Hamilton de Holanda, Marcos Suzano, Gabriel Grossi, Nora Jones, Madeleine Peiroux, Gogol Bordello, Snarky Puppy, Dave Matthews Band, Kurt Mazur, Teresa Salgueiro, Stefano Bollani, Hermeto Pascoal e outros.
Uma semana depois de fechada a estrutura física da Lapa, em outubro de 2017, o Semente, por ser uma referência na música brasileira, foi convidado para se associar à marca Blue Note Rio, instalada na Lagoa. Aline Brufato, empreendedora, gestora e curadora, foi convidada a integrar a equipe de curadoria do Blue Note para levar os shows do Semente para aquele palco. Este projeto Semente Blue Note aconteceu de out/ 2017 a junho/ 2018, quando o Blue Note fechou a sua sede da Lagoa.
