Histórico

José Ramos nasceu em Santos, em 1928. Mudou-se para o Rio de Janeiro na infância, e foi estudante de direito e de jornalismo. Iniciando como jornalista autônomo, ganhou o apelido Tinhorão - nome de uma planta ornamental tóxica - na redação do Diário Carioca. Na década de 60, passou a escrever uma série sobre a história do samba no Caderno B, no Jornal do Brasil, época em que começou a se aprofundar na pesquisa em música popular, a partir de leituras e entrevistas que realizou. Em 1968 mudou-se para São Paulo, onde continuou escrevendo para jornais e revistas e lançando livros. Em 1990 abandonou o jornalismo, passando a se dedicar integralmente à pesquisa de música brasileira. O pesquisador foi juntando documentos e discos e raridades por mais de 40 anos em uma coleção que ele denominou como “acervo temático”, pois os itens mais variados – discos, livros, fotografias, folhetos, periódicos etc – reconstróem, em conjunto, histórias da música popular brasileira. Tinhorão vendeu seu acervo ao Instituto Moreira Salles em 2001, em virtude de não ter mais espaço em seu pequeno apartamento em São Paulo. Na sede do IMS em São Paulo, a coleção Tinhorão passou pela digitalização de discos e pela catalogação dos livros. Em fevereiro de 2010, a coleção foi transferida para o IMS do Rio de Janeiro. Neste ano, a Reserva Técnica Musical do IMS inaugurou uma exposição dos itens raros do acervo, com a curadoria do próprio Tinhorão, na época, com 82 anos. Na mesma ocasião foram lançados três livros: A música popular que surge na era da revolução e Crítica cheia de graça, ambos de autoria de J. R. Tinhorão, e a biografia Tinhorão, o legendário, escrita pela jornalista Elizabeth Lorenzotti.