Histórico
Paulo Bellinati dedicou dois álbuns à obra de Garoto – Garoto (Marcus Pereira, 1986), seu álbum de estreia, e The Guitar Works of Garoto (GSP, 1991), lançado nos EUA – além de dois livros de partituras. Sua coleção começou a ser formada em 1981, quando voltou a viver no Brasil após um período de 5 anos na Suíça. Na medida em que ia fazendo concertos tocando a obra de Garoto, passou a receber de presente manuscritos autógrafos de Garoto, doados por seus amigos. Foi o caso da partitura O Tutu do Pedro (1952), com dedicatória a Pedro Quintão, casado com Geralda, irmã do Chico Xavier, e A caminho dos EEUU, doada por Milton Nunes, professor do Conservatório Carlos Gomes.
Mais tarde recebeu de Denise, filha de Garoto, dezenas de manuscritos autógrafos datados de 1934 a 1953, cadernos para violão, violão tenor, canto e piano, grades e partes cavadas de arranjos orquestrais de Garoto de suas composições, além de transcrições de obras clássicas como Rève d’amour de Liszt.
Possui ainda partituras editadas para violão solo transcritas por Geraldo Ribeiro, cópias de manuscritos de Garoto e de acetatos da coleção de Ronoel Simões, além de duas fitas originais com gravações não comerciais, doadas por Lauro Paes de Andrade, das samba sessions, realizadas em sua casa no Rio em 1951, com Garoto tocando com Silvia Telles, um ensaio com Radamés Gnattali, e solos diversos.
O violonista e compositor Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto (São Paulo, 1915 – Rio de Janeiro, 1955), é reconhecido como o “pai” do violão moderno no Brasil. Além de violonista e multi-instrumentista virtuose, Garoto foi pioneiro ao introduzir no repertório do violão brasileiro uma nova linguagem harmônica, que se popularizaria posteriormente, na Bossa Nova. A música de Garoto traz a linguagem do choro associada a elementos do jazz e da escola de compositores impressionistas franceses da música erudita. Sua musicografia contém cerca de 230 peças instrumentais além de canções e sambas-canções com letra.
