Histórico
Músico, compositor e instrumentista, Jacob Pick Bittencourt, o Jacob do Bandolim (1913-1969) foi também um dos pioneiros na pesquisa em música popular urbana no Brasil. Foi talvez o primeiro compositor de choro a realizar pesquisa musicológica sistemática, procurando coletar e organizar acervos musicais antigos, preocupando-se em aprender técnicas de catalogação (estudando modelos da Biblioteca do Congresso e do Vaticano), além de ter realizado diversas gravações em fitas de rolo, registrando ensaios, programas de rádio, entrevistas com chorões e registros raros.
Quando Jacob faleceu, aos 51 anos, em 1969, a maior parte do seu acervo, com cerca de 10.000 itens, contendo arquivos sonoros, instrumentos musicais, fotos e manuscritos, foi vendida pela família à empresa Souza Cruz e doada, na década de 1970, ao Museu da Imagem e do Som. Entretanto, uma significativa parte desse acervo ainda ficou de posse da família Bittencourt, tendo sido entregue, em 2002, à guarda do Instituto Jacob do Bandolim (IJB).
Em 2012 o projeto Digitalização do acervo do Instituto Jacob do Bandolim, elaborado pelo IJB, em parceria com o Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, foi selecionado pelo Programa Petrobras de Cultura 2012/2013 e concluído em agosto de 2014, permitindo o acesso a um conjunto de documentos e de gravações de áudio, que na sua maioria, estavam inéditos para o grande público.
No site do IJB (www.jacobdobandolim.com.br) é possível visualizar alguns desses documentos, como por exemplo a partitura manuscrita de Chega de Saudade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) com a dedicatória: “Ao Jacob o Chega de Saudade como foi feito” assinada por Antônio Carlos Jobim, com a observação datilografada por Jacob “no bar Zepelin, r. Visconde de Pirajá, presente Lúcio Rangel”. Uma carta de Jacob a Radamés Gnattali (23/10/1964) e outra a Hermínio Bello de Carvalho (02/09/1960).
Em 2007, por iniciativa de Hermínio Bello de Carvalho e de Elena Bittencourt, filha de Jacob, que resultou em um convênio firmado entre o IJB e o MIS-RJ, a coleção de fitas de rolo recebeu provisoriamente um tratamento emergencial, tendo o seu conteúdo digitalizado. O projeto Digitalização do acervo do Instituto Jacob do Bandolim, fez a identificação desse conteúdo, a divisão em faixas para possibilitar a sua pesquisa, a criação de um catálogo para consulta e, o principal, a sua disponibilização ao público em geral.
