Descrição Geral e/ou Histórico
A roda do Choro da Glória começou em abril de 2014 num bar chamado Pé de Santa, situado na Rua Benjamin Constant, na Glória. Foi motivada pela vontade dos músicos Lucas Porto e Diego Terra, então vizinhos, de reunirem-se com os amigos para tocar choro informalmente, e aconteceu todas as semanas até 2018, sempre às quartas-feiras das 19h às 22h.
No seu primeiro ano de atividade, a roda era aberta a qualquer músico que desejasse participar. Não havia grupo fixo e apenas os violões eram amplificados. Nesse primeiro ano, os músicos não eram remunerados e havia um acordo com o dono do bar de abastecer a mesa dos músicos com cerveja e petiscos de graça. Nesse primeiro ano o número de frequentadores do bar cresceu vertiginosamente, chegando a centenas de pessoas, então o acordo com o bar mudou após esse período. Foi estabelecido um grupo fixo formado por Diego Terra (sax), Rodrigo Milek (clarinete), Bernardo Diniz (cavaquinho), Lucas Porto (violão sete cordas), Pedro Barros (violão) e Anderson Balbueno (pandeiro), que passaram a receber um cachê semanal, pago pelo dono do bar. Mas a roda continuou aberta para canjas de amigos ou de músicos que vinham conhecê-la. Também passou-se a amplificar todos os instrumentos. A partir do terceiro ano, o Choro da Glória chamou uma pessoa de fora do grupo para “passar o chapéu” entre o público durante a roda, complementando, de forma significativa, o cachê dos músicos. Essa ideia foi rapidamente adotada por outros grupos de choro na cidade.
Além dos choros habitualmente tocados em todas as rodas, o Choro da Glória sempre gostou de tocar também músicas de compositores contemporâneos, ou choros não tão executados. Isso motivou o grupo a lançar um CD em 2017 apenas com músicas inéditas, compostas por Lucas Porto e Bernardo Diniz, seus integrantes.
Com o passar do tempo, o número de espectadores da roda cresceu tanto que começaram a haver reclamações da vizinhança. Apesar de sempre encerrar a música pontualmente às 22h, o público permanecia até de madrugada, gerando incômodo aos moradores vizinhos. Em 2018, após o bar Pé de Santa receber várias multas e notificações, a Prefeitura do Rio proibiu a realização da roda. Essa foi uma perda muito sentida pelas centenas de espectadores e frequentadores, já que o Choro da Glória proporcionou semanalmente, durante quatro anos, uma ótima alternativa cultural para o bairro, sempre com música de excelente qualidade.
