Metadados
Está ativa? (considerar as rodas e lugares ativos até a pandemia)
Não
Região
Cidade/Estado
Endereço
Rua Conde de Agrolongo, 1.191
Descrição Geral e/ou Histórico
As rodas de choro na casa da família Carrilho – Álvaro de Aquino Carrilho e Zélia Lana Carrilho, Mauricio e César Carrilho – na Penha, subúrbio do Rio de Janeiro, duraram vinte anos, de 1969 a 1989. A iniciativa partiu de Álvaro Carrilho, flautista, irmão de Altamiro Carrilho, de forma a criar um ambiente musical para que seu filho, Mauricio Carrilho, pudesse praticar o violão, pois já iniciara os estudos com o Meira (Jayme Florence) há cerca de três anos, quando tinha doze anos de idade.
A roda teve duas fases: uma na década de 1970 e outra na década de 1980.
A roda era frequentada por grandes nomes do choro, como os integrantes do Regional do Canhoto: Dino 7 cordas, Meira (violão), Canhoto (cavaquinho); o flautista Altamiro Carrilho, e os músicos que tocavam em seu conjunto como Walmar e Voltaire 7 cordas; o clarinetista Abel Ferreira, o bandolinista Déo Rian, César Faria, Carlinhos Leite, Damásio (violões), Valter 7 cordas e Joir Nascimento (irmão de Joel) (violões 7 cordas), Jonas (cavaquinho), Jorginho do Pandeiro; além de músicos amadores como o flautista Siqueira e Dr. Sérgio Régis, cavaquinista e violonista, engenheiro da Leopoldina e aluno do Meira. A partir de 1977, quando Mauricio passou a integrar os Carioquinhas, o grupo passou a frequentar as rodas, além de ensaiar na sua casa. Frequentadores das rodas no bar Sovaco de Cobra na Penha às vezes saíam de lá e formavam uma nova roda na casa da família.
Entre 1979 e 1980 as rodas passaram a ser frequentadas por outros músicos. A Camerata Carioca, conjunto dirigido pelo maestro Radamés Gnattali, foi formado com alguns dos integrantes dos Carioquinhas. Luciana e Raphael Rabello, Celsinho Silva saíram do conjunto. Integrantes da Camerata passaram a frequentar a roda: Henrique e Beto Cazes, Joel Nascimento, Luiz Otávio Braga, Joaquim Santos, João Pedro Borges. Ainda assim, muitos chorões tradicionais continuaram frequentando. Outros músicos que frequentaram as rodas dos anos 1980 foram Paulo Moura, os maestros Radamés Gnattali e Lindolpho Gaya, alguns dos integrantes da Orquestra de Cordas Dedilhadas, de Pernambuco, quando vieram para o Rio, como os violonistas Henrique Annes, João Lyra, e o bandolinista Rossini Ferreira; integrantes do conjunto Amigos do choro, de Rossini Ferreira, do tempo em que viveu no Rio, como o flautista Gerson Ferreira Pinto, o violonista Adoniran e o cavaquinista Reizinho; os irmãos violonistas do Duo Assad. Mauricio destaca que a roda tinha como característica reunir músicos de várias gerações, com a passagem de conhecimento dos mais velhos para os mais novos. Lembra, por exemplo, quando o bandolinista Hamilton de Holanda e o irmão, o violonista Fernando César, com cerca de oito anos de idade, estiveram em uma roda onde estava presente o maestro Radamés. Cantores famosos como Nara Leão, Elizeth Cardoso, Teca Calazans e Nana Caymmi, também frequentaram as rodas.
Mauricio Carrilho afirma que essas rodas serviram como escola para ele e para todos os músicos de sua geração.
As rodas na Conde de Agrolongo terminaram quando a família se mudou da Penha para Olaria.
Informações Complementares
A família Carrilho ainda realizou rodas quando adquiriram um bar que se chamou Casa do Carrilho, na Vila da Penha, entre 1989 a 1992; e em Coelho Neto, entre 1993 e 2000. Ver as fichas “Roda de choro no bar Casa do Carrilho” e “Roda de choro da família Carrilho em Acari/Coelho Neto”
Referências
CARRILHO, Mauricio. Depoimento à equipe de pesquisa realizado em 1º de junho de 2021.