Metadados
Está ativa? (considerar as rodas e lugares ativos até a pandemia)
Não
Região
Cidade/Estado
Endereço
Praça da CETEL, perto do Largo do Bicão – Vila da Penha
Descrição Geral e/ou Histórico
As rodas de choro no bar Casa do Carrilho aconteceram entre 1989 e 1992. Durante toda a década de 1970 e 1980 a família Carrilho – Álvaro Carrilho (flautista e compositor), Zélia Lana Carrilho, Mauricio Carrilho (violonista e compositor) e César Carrilho – promoveu rodas de choro na casa onde viviam, na Rua Conde de Agrolongo, na Penha. Em 1989 a família se mudou da casa para um apartamento em Olaria, onde não era mais possível fazer rodas de choro. Para compensar a falta do quintal para a realização das rodas, adquiriram o bar do bandolinista Antônio Carlos, que ficava em uma esquina, na Praça da CETEL, na Vila da Penha, onde as rodas puderam continuar a acontecer. O bar foi adquirido em troca de uma guitarra sintetizadora, que Mauricio havia comprado no Japão em uma viagem, acompanhando a cantora Elizeth Cardoso. O bar já tinha um bom equipamento de som, que foi complementado com a aquisição de microfones. César Carrilho e Álvaro Carrilho eram os produtores do bar. Os músicos tocavam e recebiam o couvert artístico, além de não precisarem pagar bebida e comida. Os músicos que tocavam frequentemente no bar, no “Palco Joel Nascimento” em homenagem ao bandolinista, eram Mauricio Carrilho (violão), Luiz Otávio Braga (violão), Valmar (cavaquinho), o próprio Joel Nascimento (bandolim), Agenor (pandeiro), Damásio (violão), Paulo Sérgio Santos (clarinete) e Pedro Amorim (bandolim). Outros músicos que também estiveram presentes/tocaram no bar foram Marcinho Hulk (cavaquinho), Tony Sete Cordas, Zé da Velha (trombone), Dr. Sérgio Régis (cavaquinho e violão), Adoniran (Macaco), violonista do grupo Amigos do Choro. Os violonistas irmãos Assad estiveram no bar e deram canja de muitas músicas. Quando havia um show com artistas famosos, o couvert era mais caro. Além de shows de choro havia shows de samba. Uma roda de samba era conduzida por Carlinhos 7 Cordas e o bandolinista Pedro Amorim. Entre os artistas que se apresentaram estão Altamiro Carrilho, Paulo Moura, Nei Lopes, Elizeth Cardoso, Teca Calazans, Claudia Savaget, Paulo Marquês, entre outros. Mauricio se recorda de uma noite na qual o maestro Edino Krieger levou o compositor alemão Stockhausen para conhecer o choro. A noite foi tão boa que ficaram no bar até de madrugada. O jogador Tita, que foi da seleção brasileira na copa de 1990, gostava de tocar cavaquinho e frequentou o bar. Em algumas ocasiões onde o jogador esteve presente, depois da roda, os músicos partiam para jogar futebol no campo da praça. Quem fazia a comida do bar era Elenice, que além de grande cozinheira, que trabalhou muitos anos na casa da família na Penha, era passista da Escola de Samba Unidos de Lucas.
Informações Complementares
Ver também a ficha “Roda de choro na casa da família Carrilho na Penha” e “Roda de choro da família Carrilho em Acari/Coelho Neto”
Referências
Carrilho, Mauricio. Depoimento à equipe de pesquisa realizado em 1º de junho de 2021.