Histórico

O acervo foi cedido em comodato ao Instituto Moreira Salles em 2012. Destacam-se os três violões utilizados por Baden durante sua trajetória musical: um violão alemão construído por Dieter Hopf, com quem manteve uma parceria que resultou em uma troca de experiências relativa à confecção dos instrumentos; um violão argentino construído por Anibal J. Crespo; e um violão Del Vecchio, que possui duplo valor histórico, por também ter pertencido a Luiz Bonfá.

Baden Powell (1937 – 2000) é considerado um dos maiores violonistas brasileiros, virtuose, criador de um estilo próprio que se tornou referência para violonistas do Brasil e do mundo. Nascido em Varre-Sai, no interior do estado do Rio, a família mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro quando Baden tinha três meses. Baden passou a infância assistindo o pai, que era fabricante de calçados e músico amador, tocar violino em saraus e rodas de choro. Dos oito aos treze anos foi aluno de Jayme Florence, o famoso Meira, violonista do conjunto regional de Benedito Lacerda. Aos dez anos apresentou-se no programa de Renato Murce, na Rádio Nacional, obtendo o primeiro lugar interpretando o choro Magoado, de Dilermando Reis. Nos anos 1950 gravou como violonista e guitarrista, requisitado por maestros e arranjadores como Guerra-Peixe, e tocava em quase todos os programas da Rádio Nacional. Em 23 de abril de 1954 participou do I Festival da Velha Guarda, em São Paulo, ao lado de Pixinguinha, Donga, João da Baiana, Almirante, Benedito Lacerda, Caninha, Patrício Teixeira, Lúcio Rangel e Sérgio Porto. Em apenas dois dias gravou seu primeiro disco solo, Apresentando Baden Powell e seu violão, em 1959. Nessa ocasião iniciou sua parceria com Vinicius de Moraes, com quem compôs os famosos “afro-sambas”. Nos anos 1960, mudando-se para Paris, iniciou uma carreira de sucesso internacional. Tornou-se parceiro de Paulo César Pinheiro, com quem venceu a Bienal do Samba, com Lapinha, em 1969.