Metadados
Institucionalidade
Acervo Pessoal/Familiar
Instituições/Pessoas
Sérgio Vinhas de Vasconcelos
Região
Cidade/Estado
Endereço
Rua Ministro Viveiros de Castro
Descrição Geral
Ary Vasconcelos é um dos mais importantes pesquisadores da música popular brasileira e do choro, especificamente. Sob a guarda de seu filho Sérgio Vinhas de Vasconcelos, o Acervo Ary Vasconcelos contém fontes preciosas sobre a história e a memória do choro e da música popular brasileira. São centenas de discos de 78 rpm, desde as primeiras gravações realizadas no Brasil em 1902, periódicos, partituras e recortes de jornal, além de livros raros sobre literatura e cultura brasileira e estrangeira.
Histórico
Jornalista, crítico e musicólogo, Ary Vasconcelos (1926 – 2003) iniciou sua carreira nos anos 1940, aos 17 anos, assinando colunas sobre música e redigindo roteiros de programas de música. Ary Vasconcelos assumiu cargos e funções importantes, nos anos 1950, como Assistente de Direção e Redação do O Cruzeiro (1952-1955), Diretor de Redação da União Brasileira de Editores (1968-1969) e diretor cultural da Associação Brasileira de Imprensa, em 1988. Ary foi convidado e participou ativamente de eventos e instituições ligadas à música popular brasileira. Foi Presidente do Clube dos Cronistas de Discos (1957 e 1958); Presidente da Associação Brasileira de Críticos de Discos (ABCD – 1959-1961 e 1963-1965); foi um dos fundadores e membro do Conselho Superior da Música Popular Brasileira.
Ary Vasconcelos constatou que para se fazer um estudo aprofundado sobre a música popular brasileira, seria necessário recolher e organizar fontes documentais, que eram praticamente inexistentes. Desta forma, começou a construir o seu acervo, que, na medida em que foi se desenvolvendo, passou a ocupar todo o seu apartamento em Copacabana, onde está abrigado até hoje. Ary Vasconcelos publicou seis livros sobre história da música popular brasileira [ver referências], muitos deles contendo verbetes biográficos e inventários de repertório. No livro Carinhoso, etc – História e Inventário do Repertório do Choro ele empreende um levantamento de discos de 78 rpm a partir de sua coleção, e propõe, na introdução, uma periodização de seis gerações de músicos de choro, que tornou-se referência para estudiosos do choro.
Foi o organizador e jurado de diversos concursos e festivais musicais na década de 1960, incluindo o Festival Internacional da Canção em 1966; produziu discos pela Odeon e pelo MIS. Foi diretor do MIS.
Participou ativamente das três edições do Encontro de Pesquisadores da Música Popular Brasileira (1974, 1976 e 1982); entre 1970 e 1973 apresentou o programa Música Brasileira de Sempre (depois renomeado Nossos Compositores), sobre a música popular, na rádio MEC; foi em 1975, membro do Conselho Estadual de Cultura do Estado do Rio de Janeiro; em 1976 foi 1º tesoureiro da Associação de Pesquisadores da Música Popular Brasileira; foi assessor do Instituto de Música da Funarte entre 1976-1979, onde foi responsável pelo lançamento de quase todos os livros sobre música popular daquele período pelo MEC, incluindo o célebre livro O Choro – reminiscências dos chorões antigos, de Alexandre Gonçalves Pinto (Funarte, 1972), que se tornou referência para estudiosos do choro e historiadores.
Estado da Coleção/Acessibilidade
A coleção está em bom estado de conservação, embora não esteja digitalizada nem acessível, pois trata-se de um acervo particular.
Indicação para o plano de salvaguarda
Acervo/coleção necessita de catalogação (total ou parcial) | Acervo/coleção necessita de digitalização (total ou parcial) | Acervo/coleção necessita de higienização | Acervo/coleção necessita de informatização de catalogação (total ou parcial) | Acervo/coleção necessita de restauro (detalhar) | Acervo/coleção necessita de ser disponibilizado para acesso público
Observações Gerais para o Plano de Salvaguarda
Detalhar necessidade de resaturo
Informações Complementares
Ary é o autor da célebre frase: “Se você tem 15 volumes para falar de toda a música popular brasileira, fique certo de que é pouco. Mas se dispõe apenas do espaço de uma palavra, nem tudo está perdido; escreva depressa: Pixinguinha”.
Sérgio Vinhas de Vasconcelos afirmou ter intenção de vender o acervo a alguma instituição pública ou privada dedicada à cultura.
Contato - Email
sergio_vinhas@hotmail.com
Referências
MARINO, Ian Kisil e MORAES, José Geraldo Vinci de Moraes. Notas historiográficas sobre a obra de Ary Vasconcelos. Pesquisa financiada pelo CNPq, intitulada Escrituras da memória e da história da música popular, coordenada pelo prof. dr. José Geraldo Vinci de Moraes. Disponível em http://www.memoriadamusica.com.br/site/images/stories/NotashistoriograficassobreaobradeAryVasconcelos.pdf. Acesso em 30 de agosto.
VASCONCELOS, Ary. Panorama da música popular brasileira (Volumes I e II) Livraria Martins Editora, São Paulo, 1964.
––––––––––––––––. Raízes da Música Popular Brasileira, Livraria Martins Editora, São Paulo, 1977.
––––––––––––––––. Panorama da música brasileira na Belle-époque, Livraria Sant’Anna, Rio de Janeiro, 1977.
––––––––––––––––. Luís Pistarini, um bandolim esquecido. Rio de Janeiro, 1983.
––––––––––––––––. Carinhoso etc. – História e inventário do choro, Gráfica Editora-Livros, Rio de Janeiro, 1984.
________________. A nova música da República Velha, 1985.
VASCONCELOS, Sérgio Vinhas. Depoimento à equipe de pesquisa realizado em março de 2021.