Metadados
Institucionalidade
Acervo Pessoal/Familiar
Instituições/Pessoas
Flávio Britto
Região
Cidade/Estado
Descrição Geral
O acervo de Alfredo Britto, sob a guarda de seu filho Flávio Britto, contém registros fonográficos de rodas de choro que aconteceram em sua residência no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, ao longo de 31 anos, de 1980 a 2011. São cerca de 180 horas de gravações registradas originalmente em fitas K-7, fitas DAT, digitalizadas e armazenadas em HDs externos. Contém também fichas preenchidas por Alfredo indicando o nome dos compositores das músicas, seus intérpretes, e a minutagem da gravação.
Histórico
Arquiteto, urbanista e professor, Alfredo Britto (1936-2015), cultivou o amor pela música a partir do convívio com músicos de choro. Segundo Henrique Cazes, em sua dissertação de Mestrado, Os chorões e a roda: ambiência, práticas musicais e repertório nas rodas de choro (2011), o desejo de fazer rodas de choro em sua casa surgiu ao final da temporada do lendário show Sarau em 1973, mas só se concretizou em 1980 quando adquiriu uma casa com quintal em Santa Teresa na Rua Corrêa de Sá nº 5.
A primeira roda contou com as presenças dos bandolinistas Déo Rian e Joel Nascimento, Damázio Baptista Filho (violão), Copinha (flauta), Jonas Pereira da Silva (cavaquinho), os irmãos Rafael Rabello (violão de 7 cordas) e Luciana Rabello (cavaquinho), Paulinho da Viola, entre outros.
As rodas aconteceram ininterruptamente no primeiro sábado de cada ano desde 1980 até 2011. Batizada de Choro em casa, reuniu diversas gerações de músicos de choro cariocas, de outros estados, e até mesmo músicos estrangeiros amantes do choro. Com um gravador comprado em uma viagem a Manaus, Alfredo registrou os primeiros 20 anos da roda em 72 fitas K-7. A partir de 2000 as gravações passaram a ser feitas em DAT (digital audio tape). Durante a roda Alfredo tinha o cuidado de anotar em fichas o repertório, os intérpretes e a minutagem da fita.
Além da roda do primeiro sábado do ano, Alfredo passou a fazer rodas extras para homenagear figuras lendárias do choro como Canhoto da Paraíba e Cincinato do Bandolim. A partir de 1991 começou a fazer outra roda no primeiro sábado da primavera, intitulada “Choro das Flores”, que passou a se tornar fixa a partir de 1994.
O conjunto das gravações é um retrato sonoro do universo do choro no Rio de Janeiro ao longo de 30 anos.
Henrique Cazes foi responsável pela digitalização de todo o acervo sonoro, além de dar destaque às rodas em sua dissertação de mestrado.
Estado da Coleção/Acessibilidade
O acervo está integralmente digitalizado mas até o momento não há perspectiva de torná-lo acessível ao grande público.
Indicação para o plano de salvaguarda
Acervo/coleção necessita de ser disponibilizado para acesso público
Contato - Email
flavio.britto@gmail.com
Referências
CAZES, Henrique Leal. Os chorões e a roda: ambiência, práticas musicais e repertório nas rodas de choro. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação da UFRJ. Rio de Janeiro, 2011.
BRITTO, Flávio. Depoimento à equipe de pesquisa realizado em 17 de março de 2021.