Descrição Geral e/ou Histórico
As rodas de choro no apartamento de Raimundo Brito, que ficaram carinhosamente conhecidas como Sábado à tarde, são frequentemente consideradas como as primeiras reuniões dedicadas exclusivamente ao choro na capital federal.
Ocorridas entre 1968 e 1974, os encontros gravitavam sob a liderança musical do citarista Avena de Castro e aos cuidados do anfitrião, o jornalista e cavaquinista Raimundo Brito.
Primordialmente definidas como ensaios de repertório, com o tempo a roda passou a admitir também a presença de alguns frequentadores, porém sempre na perspectiva de reuniões reservadas, inclusive com a gravação dos ensaios em fitas de rolo.
No repertório eram executados clássicos do choro e músicas autorais, sobretudo a partir da velocidade com que Avena de Castro compunha à época. A flautista e pesquisadora Beth Ernest Dias aponta que choros posteriormente imortalizados – como Evocação à Jacob, Papo de Anjo e Sábado à Tarde – foram executados pela primeira vez nesses encontros.
Além de Avena de Castro (cítara) e Raimundo de Brito (cavaco centro), os músicos mais frequentes nos ensaios foram Giovane Pasche (violão 7 cordas), Dudu (violão), Edgardo (violão), Belenzinho (pandeiro), Manoel Vasconcelos (pandeiro), Six (cavaco) e Arnoldo Velloso (bandolim), dentre outros.
Através dos laços criados por Velloso e Six com Jacob do Bandolim (por intermédio da pianista Neusa França), era frequente a presença deste nas rodas “Sábado à tarde” em suas diversas visitas à Brasília.
A evolução desses encontros, bem como a expansão do número de integrantes, desembocaria diretamente na criação do Clube do Choro de Brasília, em 1976.
