Descrição Geral e/ou Histórico

Mergulhado no universo do choro paulista desde a infância, quando acompanhava as rodas de música que costumavam ocorrer no armazém de seu pai, no bairro do Bom Retiro, Antonio D’Auria (1912-1999) dedicou-se ao violão de sete cordas e à promoção do gênero. As reuniões em sua casa começaram a ocorrer nos anos 1950. Todos os frequentadores tinham outras profissões: D’Auria tinha uma empresa de produtos cinematográficos, Amador Pinho fazia forros elétricos, Valter Veloso era oficial de justiça, Osvaldo Bitelli era mestre de obras, Izaias Bueno era contador, Israel era bancário, João da Mata era procurador. A profissionalização ocorreu após uma visita ao local por José Ramos Tinhorão e Julio Lerner, que convidaram alguns músicos da roda grupo para fazer um programa piloto na TV Cultura, o Choro das 6as Feiras, e turnês no interior. Assim nasceu o Conjunto Atlântico (nome inspirado no tango brasileiro Atlântico, de Ernesto Nazareth), que teve diversas formações. Pelo grupo passaram, além de D’Auria, figuras importantes da cena musical de São Paulo, como os violonistas João da Mata e Juracy Wei (Barão), o cavaquista Jayme Soares (que também tocava bandolim e violão tenor), os bandolinistas Amador Pinho, Agostinho Garcia, Walter Veloso e, posteriormente, Izaías Bueno de Almeida e o pandeirista Oswaldo Bitelli. Jacob do Bandolim e outros chorões do Rio de Janeiro, que vinha frequentemente a São Paulo, passaram a frequentar as rodas do D’Áuria. Rossini Ferreira, o Radamés Gnattali, o César Faria, o Dino, 7 Cordas, Benedito Lacerda, Pixinguinha, Sivuca, e Waldir Azevedo, Altamiro Carrilho e Canhoto da Paraíba. A roda perdurou de 1953 até o falecimento de D Áuria, em 1999.