Descrição Geral e/ou Histórico
A Roda de Choro do Bar do Bacalhau, também conhecida como Chorinho de Segunda, foi uma idealização dos irmãos Bira Nascimento, flautista, e Henrique Araújo, bandolinista. Bira e Henrique em 2010 se mudaram para um prédio na região do Sumaré – SP. Seus estudos de música diários e os encontros com os amigos músicos, também moradores do bairro, passaram a gerar reclamações dos vizinhos do prédio, o que os levou a procurar outro local para tocar e praticar choro. O local escolhido foi o Bar do Bacalhau, fundado em 1943, no andar térreo do prédio onde moravam os dois irmãos músicos. Estes encontros começaram a ser semanais, nas noites das segundas-feiras. Aos poucos a roda foi ganhando fama e atraindo um número grande de participantes, músicos e ouvintes que aumentavam a cada semana, chegando a ter uma média de rotatividade de 300 a 400 pessoas por noite.
A roda tem o intuito de preservar a cultura do choro, abrangendo o repertório, o encontro e as trocas que se dão no decorrer do evento. Segundo Nascimento, a roda trouxe diversos benefícios para a comunidade local, aproximando o público da cultura brasileira, movimentando a economia local e promovendo a saúde mental. Muitos frequentadores costumam dizer: “O Chorinho de segunda traz um pouco de alegria para começar a semana” (segundo Bira).
A roda é formada por um regional de choro como base, tendo como integrantes: Bira Nascimento (Flauta), Henrique Araújo (Bandolim), Leonardo Thomsen (Cavaquinho), Alexandre Moura (Violão 7 cordas), Marina Siqueira (Pandeiro), Ricardo Cassis (Violão 6 cordas) e João Macacão (Violão 7 Cordas, falecido em agosto de 2020) e é aberta a outros músicos e musicistas de diversas regiões de todo Brasil e do mundo, tendo recebido pessoas do Japão, Chile, EUA, França, Israel, Inglaterra, entre outros. A Roda acontece de maneira acústica em todos os instrumentos, não tem fins lucrativos e os músicos tocam voluntariamente, recebendo apenas alimentação do Bar. Importantes nomes do choro e da música instrumental já passaram pela Roda, como Izaías Bueno, Israel Bueno, Charles Gonçalves, Ricardo Hertz, Mestrinho, Gian Correa, Alessandro Penezzi, Roberta Valente, Fábio Peron, Alexandre Ribeiro, Arismar do Espírito Santo, Fabiana Cozza, Adriana Moreira. A formação instrumental frequente é formada por bandolins, flautas, violões, trompetes, trombones, pandeiros, tamborins, cavaquinhos, acordeons e violinos. O repertório contempla os compositores tradicionais, como Pixinguinha, Jacob do bandolim, Chiquinha Gonzaga, Laércio de Freitas, Altamiro Carrilho e alguns compositores contemporâneos.
