Descrição Geral e/ou Histórico
Chico Canhoto é o nome de um bar-restaurante de São Luís, conhecido por sua cozinha regional e pela natural adesão ao contexto da boêmia da Ilha. Como lugar de performances musicais no geral, também estreitou sua relação mais particularmente com o choro. O incentivo aos grupos de choro, sempre aos finais de semana, fez do Chico Canhoto local de encontro e surgimento de relevantes projetos como o “Clube do Choro Recebe”. Foi constituído de modo espontâneo, a partir de uma visita do músico mineiro Paulinho Pedra Azul em 2007. Este projeto, depois do primeiro ano nomeado “Clube do Choro Recebe”, durou aproximadamente três anos – entre 2007 e 2010 – com ocorrência regular e semanal, aos sábados. Foi estimulado por pequenos patrocínios, doações, e pela própria bilheteria da casa, que costumava repassar os ingressos a preços populares. Garantiu, assim, equipamento de som, cachês de músicos, produção e assessoria, ainda que com baixo orçamento. Toda a produção foi de responsabilidade de Ricarte Almeida Santos, que efetivamente contribuiu para articulação entre grupos e artistas do choro daqueles saraus semanais, bem como na busca do mínimo de patrocínio necessário para realizá-los. Conforme depoimento de Ricarte, em cinqüenta reuniões semanais foi possível distribuir diretamente cerca de 30 mil reais em cachês; aproximadamente 15 mil reais de sonorização; 6,4 mil reais de assessoria de imprensa e produção, num total aproximado de 51 mil reais. Em determinado momentos o projeto já contou com apoios diversos: TVN São Luís, Energético Hiro, Clinimagem, Honda Gran Line e Rádio Universidade FM e parceria da Solar Consultoria. No entanto, após 3 anos o projeto não conseguiu se manter devido a dificuldade de permanência de patrocínio.
A título de exemplo, músicos e instrumentos que figuraram em alguns destes encontros: Serra de Almeida (flauta), Solano (sete cordas), Paulo Trabulsi (cavaco), Zé Carlos (pandeiro), Domingos Santos ( sete cordas), João Neto (flauta), Juca do Cavaco, Lazico (percussão), Raimundo Luiz (bandolim), dentre outros pertencentes a importantes grupos de São Luís como Regional Tira-Teima, Instrumental Pixinguinha, Chorando Calado, Instrumental Um a Zero, Regional Urubu Malandro, Choro Pungado, Os Cinco Companheiros e Quinteto Bom Tom. Também abriu espaço para novos chorões, criando de fato uma roda pertinente para toda a cena instrumental chorística.
Pode-se ainda destacar, a função pedagógica ocupada pelo Clube do Choro Recebe, pois, além de produtor, Ricarte Almeida atuou como mestre de cerimônia, revisitando o mundo do choro em aspectos que viriam a pautar o seu livro Chorografia do Maranhão (2018).
