Metadados
Está ativa? (considerar as rodas e lugares ativos até a pandemia)
Não
Região
Cidade/Estado
Pessoa ou grupo responsável
Álvaro Alberto de Paiva Barros (pesquisador que escreveu sobre o choro Natalense)
Descrição Geral e/ou Histórico
O Café Nice 2 surge como inspiração a partir do famoso Café Nice da cidade do Rio de Janeiro.
O estabelecimento carioca, Café Nice, foi um dos mais importantes espaços de sociabilidade e movimentação cultural do Rio de Janeiro na primeira metade do século XX situado na Av. Rio Branco, no centro da cidade.
O Café Nice 2, na capital potiguar, estava situado no famoso bairro natalense chamado Alecrim. O bairro foi fundado em 1911 e teve intensa movimentação cultural, abrigando cinemas, como o São Luiz, São Pedro, São Sebastião, Paroquial e o Olde. Também abrigava bares e restaurantes famosos como “‘Quitandinha’, situado na Praça Gentil Ferreira, como um grande ponto de encontro de boêmios, já desde a época da segunda guerra mundial. O seu comércio era e é até hoje notável por suas sapatarias, barbearias, lojas de tecidos, lojas de produtos agrícolas que resistem ao tempo e bares com jogo do bicho, como uma tradição do lugar” (Barros, 2013, p. 70).
O Café Nice 2 surge a partir de uma renomeação do Bar Seridó, que pertencia a José Raimundo Filho, o Zeca, e tinha como um forte atrativo a culinária sertaneja.
“Dentre os que ali [Café Nice 2] frequentavam, havia dois músicos que mudaram significativamente a história daquele recinto: Amarílio Barros, o Galêgo Pintor - cantor e seresteiro, de invejável memória musical e amplo repertório de sambas e Choros - juntamente com Antonio Fernandes de Souza, o Antonio 7 Cordas, violonista com larga experiência na arte de acompanhar cantores e instrumentistas, experiência esta adquirida no período em que morou no Rio de Janeiro trabalhando na Rádio Mayrink Veiga, onde pôde enriquecer seus conhecimentos com o violonista Horondino Silva, o Dino Sete Cordas.
Sempre juntos e grandes frequentadores do local, Amarílio e Antonio articulavam encontros de apreciadores da música e promoviam uma espécie de roda de samba e choro que contava com músicos de larga experiência. E foi Amarílio que em determinada ocasião sugeriu que, ao invés de ‘Bar do Seridó’, se chamasse ‘Café Nice 2’ como uma homenagem ao 'Café Nice' do Rio de Janeiro. Com aprovação unânime dos presentes, consolidou-se desde aquele momento encontros pontuais nas sextas-feiras e sábados, do meio-dia em diante” (Barros, 2013, p. 71).
O Café Nice 2 foi inaugurado em meados dos anos 1960 e teve cerca de vinte anos de existência.
Informações Complementares
“Café Nice foi um café-bar da cidade do Rio de Janeiro que, na primeira metade do século XX, reunia a boemia carioca e foi palco de muitos acontecimentos no meio artístico e, por isto, objeto de várias referências culturais. Estava situado na Avenida Rio Branco, número 174. Tendo seu auge nas décadas de 1930 e 1940, com intensa frequência de artistas, dentre os quais se destacavam Noel Rosa, Wilson Batista, entre outros, ou mesmo jornalistas como Mário Filho que, nas páginas do jornal O Globo, publicava uma seção de entrevistas com jogadores de futebol e torcedores — o "cafezinho com os entrevistados" — onde no Café Nice este se encontrava com os principais nomes do meio futebolístico carioca” (Wikipedia).
“Havia algo de tão especial naquele ambiente que os artistas nacionais famosos sentiam-se muito à vontade para tocar e cantar numa perfeita interação com os músicos locais. Ali, estiveram ícones como Beth Carvalho, Nelson Cavaquinho, Roberto Ribeiro, João Nogueira, Altamiro Carrilho e seu Conjunto, Demônios da Garoa, Joel Nascimento, entre outros. Muitos foram os encontros entre músicos que ficaram marcados na memória do Café Nice 2 ao longo de sua existência” (Barros, 2013, p .73).
Contato - Telefone
(84)98719-6020 (Álvaro Barros - whatsapp também)
Referências
BARROS, Álvaro Alberto de Paiva. O Choro e a construção de um espaço cultural permanente na cidade de Natal nas décadas de 1970 e 1980. 2013. Tese (DINTER - Doutorado Interinstitucional UNIRIO – UFRN). Centro de Letras e Artes, Programa De Pós-Graduação Em Música. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Natal, 2013.
BARROS, Álvaro Alberto de Paiva. Depoimento à equipe de pesquisa realizada em junho de 2021.