Descrição Geral e/ou Histórico

As práticas de ensino relacionadas ao choro na Escola de Música da UEMG se iniciaram de maneira informal em 2004, quando o professor Marcelo Pereira começou a ensaiar e formar rodas de choro com alunos do curso de Licenciatura em Educação Musical Escolar que tinham interesse e experiência relacionada ao gênero. O grupo se reunia no pátio da escola uma vez por semana para ensaios abertos em formato de roda de choro. A partir de 2010, foi inserida no currículo da EsMu a disciplina optativa Prática Musical em Grupo: Roda de Choro, cujos participantes podem se inscrever a partir do 2° período do curso e renovar a matrícula a cada semestre. A disciplina equivale a 2 créditos por período de inscrição e é ofertada para alunos de todos os três cursos de graduação (licenciatura manhã, bacharelado e licenciatura noite). O ponto de partida da disciplina é a formação instrumental de regional do choro: pandeiro, cavaquinho, violão e um instrumento solista, mas outros instrumentos também são acolhidos de acordo com os alunos inscritos em cada semestre. Normalmente há mais alunos de violão de seis cordas e raramente houve de violão de sete cordas. Bandolim é um instrumento também de presença rara. Com relação à percussão, normalmente há pandeiros, mas já houve ocasiões com participação também de alunos que tocavam cajon, bateria e conga. Participaram ainda alunos das várias formações instrumentais ofertadas pela escola, como violino, viola, violoncelo, contrabaixo, trompete, trombone, flauta, clarinete, saxofone, trompa e piano. Ainda não participaram alunos de fagote, oboé e tuba. O repertório básico é formado por compositores mais tradicionais do choro a partir de um formato chamado de roda livre, em que os alunos tomam contato com clássicos de rodas de choro para que ganhem experiência para participação em outras rodas. Também é preparado um repertório de apresentação, com duração de aproximadamente uma hora. Neste conjunto, além de clássicos, é ofertado aos alunos o contato com repertório de compositores mineiros e de professores da escola. Em algumas ocasiões, foram desenvolvidas pesquisas para formação de repertórios temáticos. Por exemplo, em certo ano, reuniram um conjunto de composições de choros com nomes de bichos e flores. Em outra ocasião, fizeram uma seleção intitulada "choro negro", somente com compositores negros da história do choro. Sobre a metodologia de ensino, o objetivo central da disciplina é proporcionar aos alunos a oportunidade de tocar choro. Desta forma, as aulas têm um caráter prático, organizadas como encontros para tocarem juntos. Normalmente o repertório é definido no começo do ano e as partituras são distribuídas para que os alunos possam estudar em casa e ensaiar juntos uma vez por semana. Pontualmente também são feitas análises teóricas dos repertório (forma, melodia e harmonia), algo que se acentuou na experiência de ensino remoto durante a pandemia. Ao longo do semestre, o grupo é também incentivado a realizar alguns arranjos coletivos, com liberdade de sugestão dos alunos para a criação de introduções ou de segunda voz. Para além do desenvolvimento da disciplina, os estudantes integram o Grupo de Choro da UEMG e se apresentam em eventos realizados dentro e fora da escola, cumprindo, dessa forma, atividades de extensão. O grupo também manteve as rodas de choro ao ar livre no pátio da escola às sextas-feiras de 11h10 às 13h10. E uma vez ao mês, a cantina passou a preparar uma feijoada especialmente para acompanhar o Choro, batizada de Feichorada. Durante a pandemia de Covid-19, o grupo gravou alguns vídeos musicais de choro disponibilizados em seu canal do YouTube e em redes sociais.