Coleção
Ações de Ensino
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Oficinas de Choro. Projeto Música 1984/ RioArte-Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Metadados
Pessoa ou grupo responsável
Direção e coordenação: Luiz Otávio Braga (violão) e Roberto Gnattali (Unirio). Professores: Afonso Machado (bandolim), José Maria Braga (flauta), Henrique Cazes (cavaquinho), Beto Cazes (pandeiro). Prefeitura do Rio de Janeiro, RioArte (jornalista Lilian Zaremba, produção executiva). Na UNIRIO a intermediação junto ao Reitor e a direção artística geral do projeto foi do Prof. Roberto Gnattali.
Cidade/Estado
Região
Descrição Geral e/ou Histórico
As Oficinas de Choro - Projeto Música 1984/ Rio-Arte-Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), surgiram a partir de uma ação conjunta entre a Rio-Arte, representada pela diretora de projetos culturais Lilian Zaremba, e a UNIRIO, representada pelo professor Roberto Gnattali. O objetivo era promover, na UNIRIO, aulas de choro instrumental para as quais o professor Roberto Gnattali sugeriu à Lilian o nome de Luiz Otávio Braga para a direção e coordenação das oficinas (desenvolvimento da metodologia, pedagogia de ensino e estratégia didática). Coube ao professor Braga convidar os professores acima citados. O projeto durou três anos. Em 1984 a oficina aconteceu na UNIRIO, em 1985 aconteceu no Espaço Sérgio Porto e em 1986, na Escola de Música Lorenzo Fernandes. Foi a primeira iniciativa de realização de uma Oficina de Choro no Brasil e em face do grande interesse de músicos e estudantes de música desde a segunda metade dos anos 1970. As atividades centravam-se na prática de pequenos conjuntos de choros (regionais, com 2 ou 3 violões, cavaquinho, pandeiro e instrumentos solistas como bandolim, clarinete, flauta e outros). Na primeira parte da manhã distribuíam-se os grupos por salas, trabalhava-se o contexto teórico-prático e ao final da manhã todos os grupos se apresentavam, mostrando os resultados. Em seguida formava-se um grande conjunto, com todos os estudantes, espécie de banda onde o repertório do dia era executado por todos e onde a regência aperfeiçoava os princípios agógicos, dinâmicos e estilísticos e reforçavam-se os aspectos teóricos e metodológicos das ações diárias. Ao final os estudantes já recebiam a partitura do choro a ser estudado/desenvolvido no sábado seguinte. Ao final dos oito sábados que constituíram as Oficinas, havia a apresentação pública que, no ano de 1984, deu-se na Praça XV de Novembro. O evento foi um momento decisivo para muitos dos praticantes que viriam, anos após, estudar música na universidade e se profissionalizar. Segundo Luiz Otávio Braga, grande parte daqueles estudantes são, hoje, professores na Escola Portátil de Música. Alguns foram, mais tarde, seus alunos regulares no curso superior de música da UNIRIO e mesmo no mestrado e doutorado. Acredita que parte da metodologia desenvolvida na EPM reflete muitas das práticas pedagógicas realizadas nessas oficinas. A experiência das Oficinas de Choro - Projeto Música 1984 inspirou a criação de novas oficinas, como as que Luiz Otávio Braga passou a realizar durante 20 anos, entre elas as oficinas de choro nos festivais de Curitiba e Londrina, sendo Projetos de Extensão da UFPR e UEL, respectivamente, Itajaí, Belém, etc. Para estas oficinas Luiz Otávio contou com uma equipe de professores formada por Joel Nascimento, Beto Cazes, Henrique Cazes, Jayme Vignoli e Oscar Bolão. Segundo Afonso Machado, conjuntos camerísticos de choro, como a Orquestra de Cordas Brasileiras e o conjunto Água de Moringa foram formados a partir da experiência dos integrantes, enquanto alunos nessas oficinas. O conjunto Galo Preto, do qual Afonso Machado faz parte ao lado do professor José Maria Braga, Alexandre Paiva, entre outros integrantes, seguiu fazendo oficinas de choro internacionais, na Suécia em 1991, na França em 1996 e em Portugal, em 1998.
Dimensão do Público Atingido
No ano de 1984 foram cerca de 50 estudantes, pelo menos. Nas oficinas em outros estados (a última foi 2004, em Londrina) havia uma média de 40 alunos em sala. Luiz Otávio Braga estima que, somente fora da cidade do Rio de Janeiro, cerca de mil estudantes frequentaram as oficinas de choro.
Perfil do Público Alvo e Acessibilidade
Os requisitos para participação sempre foram democráticos. Qualquer pessoa poderia participar, independente do instrumento que tocasse. A leitura de partitura e de cifras era recomendada, mas não era indispensável à participação. Era recomendável possuir um repertório de solos ou de acompanhamentos; além de possuir os instrumentos. O público alvo era formado por todos os que tinham interesse direto por tocar o gênero e também pelo público que frequentava as apresentações públicas, que eram o ponto culminante das oficinas, em dia, hora e local determinados.
Indicação para o plano de salvaguarda
Observações Gerais para o Plano de Salvaguarda
Necessita de materiais e equipamentos (detalhar): quadro pautado(preferencialmente a pincel), sistemas de som para escuta de CDs e vídeos, estantes de música. No caso de estudantes pianistas, piano, certamente. E amplificadores para os instrumentos como baixo elétrico, guitarra, etc
Informações Complementares
A apresentação pública era a condição sine qua non para a obtenção dos certificados. Na apostila especialmente composta para o Projeto Música 1984 / Oficinas de Choro (choros cifrados e alguns arranjos ) há um preâmbulo histórico-musicológico de autoria de Luiz Otávio Braga, apresentando o gênero e cujas referências são Mário de Andrade, Bruno Kiefer, Batista Siqueira, Ari Vasconcelos, Sérgio Cabral (pai), Mozart de Araújo. No que diz respeito ao repertório preferiu-se, naquela ocasião, enfatizar-se Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga, Nazareth, Jacob Bittencourt, Anacleto de Medeiros, Garoto, e outros. Há também, anexas, sugestões de discos e autores do gênero a serem ouvidos e estudados e que, oportunamente, eram analisados em classe. A partir dos anos 90 o corpus de autores foi ampliado, incluindo Radamés Gnattali, Guinga, Hermeto Pascoal, Tom Jobim, e mais.
Website da Ação
Não se aplica
Contato - Telefone
(21)99613 1853
Contato - Email
luizorcb@gmail.com
Referências
BRAGA, Luiz Otávio. Depoimento à equipe de pesquisa realizado em 2 de agosto de 2021.
BRAGA, Luiz Otávio. Apostila do Projeto Música 1984 / Oficinas de Choro. Rio-Arte, Rio de Janeiro, 1984.
MACHADO, Afonso. Depoimento à equipe de pesquisa realizado em 18 de maio de 2021