Metadados
Pessoa ou grupo responsável
Juvino Alves Filho e Elisa Goritzki
Endereço
1o momento (espaços provisórios) – Rua Nossa Senhora de Guadalupe, 129, Acupe de Brotas, Bairro Brotas, Salvador-BA, CEP: 40290250 e na Rua Guedes Cabral, 81, Bairro Rio Vermelho, Salvador/BA. CEP: 41950-620 (2004). 2o momento (espaço definitivo) – Praça Geraldo Walter, 76, Bairro Rio Vermelho, Salvador/BA. CEP: 41950-350 (2004 a 2009).
Cidade/Estado
Região
Descrição Geral e/ou Histórico
A Roda de Choro no Teatro Vila Velha, idealizada por Juvino Alves Filho e Elisa Goritzki, já estava em andamento (desde 2000) quando começaram a refletir sobre a construção de projeto destinado à formação de musicistas para a performance do gênero em Salvador. Era um antigo sonho de ambos, que então iniciaram os trabalhos da Escola de Choro Cacau do Pandeiro – em homenagem ao pandeirista de choro da primeira formação do grupo “Os Ingênuos”, Carlos Lázaro da Cruz, o Cacau. As atividades da Escola iniciaram-se na casa da mãe de Elisa, a pesquisadora e educadora Lydia Hortélio em 2004. Após o primeiro mês de funcionamento neste provisório espaço, a Escola ganha a primeira sede própria, no espaço cultural Pouso da Palavra, situado em frente à casa de Iemanjá, no bairro Rio Vermelho, onde funcionou por 3 meses. Ainda em 2004 mudam-se para a sede definitiva, também no Bairro Rio Vermelho (Praça Geraldo Walter), onde ocorreram as atividades até o seu encerramento, em 2009. A ideia era de que os alunos pudessem aliar o contato com aulas de instrumentos a outras de teoria da música, percepção musical, prática em conjunto, improvisação, criação musical, história e apreciação da MPB, incluindo o choro, tendo a Roda de Choro no Teatro Vila Velha como espaço complementar para prática e performance pública dos alunos da Escola. Ademais, ocorriam ainda no espaço outras rodas de choro, eventos tidos pelos chorões como a principal escola do gênero e espaço por excelência de perpetuação de sua tradição. Na Escola, os alunos poderiam cursar aulas de sete diferentes instrumentos, todos característicos aos regionais de choro: flauta, clarinete, cavaco, bandolim, pandeiro, violão de 6 e 7 cordas. Os responsáveis pela condução das aulas de cada um deles eram, respectivamente, Elisa Goritzki, Juvino Alves Filho, Dudu Reis, Ailton Reiner, Cacau do Pandeiro, Robson Barreto/Horácio Reis e Gilson Verde. Aos alunos era recomendada a frequência não só às aulas de instrumento – que ocorriam de modo individual (professor-aluno) ou em pequenos grupos – e às demais ofertadas, mas também a presença nos encontros de prática de conjunto: as rodas de choro didáticas. Em algumas oportunidades, a roda da Escola de Choro Cacau do Pandeiro era transferida para o contexto roda do Teatro Vila Velha, fomentando o encontro de diferentes gerações de musicistas dedicados à performance do gênero. Em 2009 a escola encerra suas atividades, por dificuldades financeiras para sua manutenção e pela mudança de Juvino Alves para São Luís (MA), no intuito de lecionar na Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Dimensão do Público Atingido
A escola chegou a ter 100 discentes matriculados, concomitantemente. Estima-se que mais de 200 alunos teriam passado pelo espaço de formação, de modo geral.
Perfil do Público Alvo e Acessibilidade
Nos cinco anos de sua existência, a Escola contou com um perfil discente bastante heterogêneo, tanto do ponto de vista das diferentes necessidades e objetivos manifestados por cada um de seus alunos ao buscar a Escola quanto no que diz respeito à faixa etária a qual pertenciam, com idades que variavam entre 10 a 70 anos. A maior parte do público constituía-se de adultos, em sua maioria já com alguma vivência na prática de um instrumento musical, mas que, por sua vez, tinham interesse em aplicá-lo à performance do choro. Via de regra, tais instrumentistas tinham como ocupação principal outra atividade que não a música. O acesso à Escola de Choro Cacau do Pandeiro como discente era aberto ao público em geral, mediante pagamento de mensalidade. Houve casos de alunos que substituíram o pagamento da mensalidade por serviços e/ou objetos de arte (p. ex., pinturas), a exemplo do aluno de pandeiro Walter D’Arcello. Ainda que seus organizadores demonstrassem clara intenção em torná-la de acesso gratuito, as dificuldades na obtenção de financiamento externo os impediram de levar a proposta adiante.
Observações Gerais para o Plano de Salvaguarda
Outros: Não se aplica, por se tratar de um projeto já extinto. Elisa comentou a respeito do anseio por outros projetos de natureza semelhante em Salvador. Juvino ressalta a importância da reativação da Escola de Choro de Choro Cacau do Pandeiro, por estar entre as três primeiras escolas de choro criadas no Brasil, além da necessidade de criação de outras desta natureza no Brasil.
Informações Complementares
Passaram pela Escola de Choro Cacau do Pandeiro musicistas que se tornaram posteriormente, importantes referências para a prática do choro em Salvador, a exemplo Victor Salles, Débora do Pandeiro, Juracy Tavares, Messias Britto, Ivan Sacerdote, Anne Morgana, Leo Cunha, Gileno Santana, dentre outros. Todos os músicos mencionados, vale destacar, continuam tocando choro, alguns deles, inclusive, profissionalmente. Foi desenvolvido e utilizado no espaço um material didático próprio, elaborado no intuito de nortear os estudos práticos e teóricos dos discentes. Foram produzidos também CD’s com trabalhos de alunos (as) e professores(as) a exemplo do disco Um Toque de Choro.
Website da Ação
Não há indicação
Contato - Telefone
(11)9.9479.4547 (Elisa Goritzki)||(73) 9.9869.6969 (Juvino Alves Filho)
Contato - Email
elisa.goritzki@gmail.com e juvinojovem@gmail.com
Referências
GORITZKI, Elisa. Depoimento à equipe de pesquisa realizada em 23 de abril de 2021.
SANTOS FILHO, Juvino Alves dos. Depoimento à equipe de pesquisa realizada em 17 de maio de 2021.