Histórico

O Museu Histórico e Artístico do Maranhão (MHAM) é uma instituição de 1973, mantida pelo Governo do Estado do Maranhão. Está instalado numa construção do século XIX, o Solar Gomes de Sousa, no centro de São Luís. Figuram em seu acervo aproximadamente 10.000 mil peças como porcelana, coleção numismática, vidros, cristais, pinturas, esculturas, gravuras, arte sacra católica, arte de origem africana, mobiliário maranhense do século XIX, entre outros artigos e raridades, a exemplo do original de O Mulato, obra de Aluízio de Azevedo. Nele também se insere o referido acervo musical, basicamente composto pela Coleção Família Perdigão e alguns poucos impressos que pertenceram ao político maranhense José Jansen. Nos termos temporais de sua produção, a maior parte das obras que integram a coleção abarca o período Imperial (1822-1889), embora o seu uso tenha sido estendido à República. Com o segundo utilizador, Domingos Thomaz Vellez Perdigão, o repertório violonístico ganhou preponderância no elemento de agregação das partituras, devido a este ser adepto do instrumento, embora jamais tenha exercido profissão de professor de violão ou mesmo se ocupado como intérprete em apresentações públicas. Assim, a notória importância da família Perdigão se revela devido às relações para com músicos e compositores de violão da época. A seção da família Perdigão foi doada ao Museu, em 1972, por Fernando Eugênio dos Reis Perdigão (1908-1990) - o último proprietário desse material, cuja custódia pertenceu à sua família por cerca de 145 anos. Consta na identificação feita pelo Museu de que os álbuns em questão pertenciam a “Domingos Perdigão”. Contudo, é preciso levar em conta que foram três: o primeiro deles foi Domingos Feliciano Marques Perdigão (1808-1870); o segundo foi seu filho, Domingos Thomaz Vellez Perdigão (1842-1899); o terceiro foi seu neto, Domingos de Castro Perdigão (1872-1929). Este acervo se mostra relevante para a compreensão da vida musical em São Luís, suas transformações ao longo do século XIX, bem como suas influências. Certamente pode contribuir para uma história do choro no Maranhão, que intenta explorar algo das suas origens, circulações, influências e inovações musicais.