Metadados
Institucionalidade
Acervo Institucional
Instituições/Pessoas
Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC)
Região
Cidade/Estado
Endereço
Rua Padre Miguelinho nº 58 – Centro Esquina com Rua Anita Garibaldi (Imediações da Catedral Metropolitana)
Descrição Geral
Gerido pela Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC), o Acervo da Casa da Memória é conservado por uma equipe de colaboradores, entre funcionários, estagiários e voluntários. Segundo o pesquisador Julio Córdoba, o Acervo é de especial interesse para o choro, pois contém digitalizada a coleção de 1227 fitas do músico, compositor e radialista Zininho, que registrava em seu gravador acontecimentos múltiplos do cotidiano musical da cidade e do país, em especial da Rádio Guarujá e Rádio Diário da Manhã.
A unidade está dividida em três núcleos e também coordena as atividades da FFC Publicações, selo editorial da Fundação Franklin Cascaes que já lançou vários livros e DVDs.
Núcleo Audiovisual
O setor reúne fotografias, filmes, discos, vídeos, arquivos sonoros, fotografias coloridas e em preto e branco, CDs, DVDs, CDs-ROM, fitas de áudio com gravações de músicas e de extintos programas de rádio, livros nacionais e estrangeiros, filmes, cartazes, exposições, mapas, periódicos, impressos e documentos de diversas épocas. Entre as preciosidades, guarda o Banco de Imagens Sylvio Ferrari, com milhares de fotografias e slides de caráter biográfico, histórico e geográfico, e o Arquivo Zininho, que mantém acervo de imagem e som, com ênfase nas coleções organizadas pelo saudoso poeta, compositor e radialista Cláudio Alvim Barbosa.
Núcleo de História Oral e Pesquisa
Realiza pesquisas e projetos voltados ao registro da memória do município como o projeto “Memória dos Bairros”, que aborda a memória oral dos bairros. O setor é responsável também pela execução do projeto “Nossa Cidade, Nossa Memória”, que apresenta a estudantes de escolas de Florianópolis um pouco do trabalho realizado pela Casa da Memória. Coordena ainda o projeto “Cidade Contada – Literatura e Espaço Urbano”, que mescla a leitura de contos relacionados ao espaço urbano e à paisagem natural, feitos por autores expressivos da literatura local, com narrativas sobre ícones da cultura material e imaterial que fazem parte da memória afetiva de Florianópolis.
Núcleo Biblioteca
Especializada em assuntos referentes à história social e cultural do município, a biblioteca da Casa da Memória guarda documentos raros, além de livros, revistas e periódicos disponíveis para consulta.
Histórico
Inaugurada em 30 de março de 2004, a Casa da Memória de Florianópolis é um centro de documentação da vida social e cultural do município.
Com 470 metros quadrados, o prédio da Casa da Memória está situado no centro histórico da cidade, próximo à Catedral Metropolitana. A edificação foi erguida em 1929 para sediar o antigo Partido Republicano Catarinense, na gestão do então governador Adolfo Konder. Entre 1949 e 1978, abrigou o Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE/SC). Posteriormente, até 1995, sediou a seccional catarinense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que se transferiu para um novo espaço. Tombado por leis municipal e estadual, o casarão foi doado em dezembro de 1999 pelo governo do Estado à Prefeitura Municipal de Florianópolis, que fez a restauração do edifício.
Informações Complementares
Paralelamente às atividades como centro de documentação, a Casa da Memória abriga ainda um auditório de 50 lugares, equipado com telão, onde são realizados cursos, palestras, lançamentos e outros eventos culturais.
FFC Publicações
Com o objetivo de ampliar a inserção de autores catarinenses no mercado editorial, a Fundação Franklin Cascaes lançou em 2008 um selo próprio e desenvolveu uma cuidadosa linha de produtos voltados ao resgate da memória local, além de outros títulos prestigiando a literatura e a arte contemporâneas de Florianópolis.
Informações sobre o Acervo de Zininho:
Cláudio Alvim Barbosa, o Zininho (1929-1998), ouvia programas de rádios do Rio e São Paulo e apertava a tecla “record” quando achava que valia a pena guardar – para si próprio e para a posteridade – este ou aquele material, que podia ser uma entrevista, um noticiário, um musical, uma homenagem a atores, compositores e músicos de sucesso. Também separou fitas com o que o rádio de Florianópolis produziu entre os anos de 1940 a 1980, programas de notícias, cobertura de eventos e muita, muita propaganda feita por lojas, construtoras e outras empresas na Guarujá, Diário da Manhã e Rádio Santa Catarina. Parte desse material, sobretudo o que ele passou para fitas de rolo, acabou de ser digitalizado e está à disposição dos interessados para consulta na Casa da Memória, vinculada à Fundação Franklin Cascaes, braço cultural da Prefeitura de Florianópolis.
Ali, é possível ouvir áudios com músicas sertanejas (como as da dupla Tonico e Tinoco), orquestradas e de Carnaval, notícias sobre as mortes da atriz Judy Garland (“O mágico de Oz”) e da cantora Linda Batista, a “rainha do rádio”, comentários do jornalista Manoel de Menezes acerca da lentidão das obras de calçamento das ruas de Florianópolis e entrevistas ou tributos das emissoras do centro do país a figuras como Herivelto Martins, Noel Rosa, Emilinha Borba, Orlando Silva, Nelson Gonçalves, Jerry Adriani, Nelson Cavaquinho, Tom Jobim e Elis Regina.
O trabalho de digitalização foi realizado pela empresa Triscele Web e Museologia, que ouviu e recuperou o que foi possível de 1.227 fitas do acervo de Zininho. São 1.772 horas de gravações, conteúdo que, exceto o de algumas fitas danificadas, foi transposto do analógico para o digital, captando inicialmente os áudios originais, o som cru, com ruídos.
O acervo que a família de Zininho doou para a Casa da Memória em 2004 – e que permaneceu durante anos nos porões do atual Museu da Marinha, antiga sede da FFC – contém de tudo um pouco. São mais de 1.200 arquivos onde aparece, por exemplo, a notícia do fechamento parcial da ponte Hercílio Luz ao tráfego, em 1982, e comentários de radialistas sobre novas frentes frias na cidade previstas pelo escritor e meteorologista Amaro Seixas Neto. A história das fortalezas na Ilha de Santa Catarina ocupava espaço idêntico ao do noticiário internacional dando conta dos pronunciamentos do presidente americano Richard Nixon sobre a guerra do Vietnã ou a política externa dos Estados Unidos para a América Latina.
Programas televisivos de Clodovil, Raul Gil, Marília Gabriela e Hebe Camargo, gravações do “Fantástico” e noticiários da televisão local também estão no acervo digitalizado. Há entrevistas com políticos, o consagrado “Sequências da Modelar”, com o radialista Adolfo Ziguelli, narrações de jogos de futebol e o “Bar da noite”, na rádio Diário da Manhã, repleto de bate-papos com figuras conhecidas da cidade. As rádios também cobriram o velório de dom Joaquim Domingos de Oliveira, primeiro arcebispo de Florianópolis, em 1967. E não poderiam faltar trechos de radionovelas, um gênero que fazia sucesso antes que a televisão consagrasse os dramas do horário nobre.
Os funcionários da Triscele Web e Museologia fizeram um trabalho técnico, pagos que foram com recursos do Edital Elizabete Anderle carreados para o projeto Memória Digital, por meio da Casa da Memória, mas também se empolgaram com o conteúdo que as fitas de rolo continham. Eles citam as músicas de Chiquinha Gonzaga cantadas por Neide Mariarrosa, notícias de atores e atrizes de Hollywood, a cobertura da primeira viagem do homem à Lua e os rescaldos da Segunda Guerra Mundial. Chamaram a atenção, igualmente, as propagandas das lojas Koerich, da rede LPO, das organizações Hoepcke, do refrigerante Pureza, dos móveis Cimo e de produtos como a TV Phillips e o fortificante Sadol. As rádios também prestavam serviços e ajudavam os ouvintes, por exemplo, a declarar o seu Imposto de Renda.
A ideia da empresa é propor uma segunda etapa, que consistiria em criar uma plataforma online que permitisse o acesso remoto, democratizando de fato a consulta do material. Hoje, os interessados precisam acessar um relatório com centenas de arquivos em PDF para encontrar o conteúdo procurado.
Contato - Telefone
(48) 3333-1322
Contato - Email
casadamemoriaflorianopolis@gmail.com
Referências
Consulta a página web pública da Casa da Memória de Florianópolis. Disponivel em:
http://www.pmf.sc.gov.br/entidades/franklincascaes/index.php?cms=casa+da+memoria&menu=4&submenuid=322
Acesso: 05/05/21
Consulta a:
https://ndmais.com.br/diversao/digitalizado-rico-acervo-fonografico-de-zininho-esta-disponivel-a-consulta/ Acesso: 05/05/21