Metadados
Está ativa? (considerar as rodas e lugares ativos até a pandemia)
Não
Região
Cidade/Estado
Endereço
O bar foi inaugurado na esquina das ruas Ernesto Alves e 1º de Maio e depois ampliou-se sobre a rua 1º de Maio, número 588, em terrenos adjacentes. Bairro Miguel de Castro Moreira CEP 96202-290
Descrição Geral e/ou Histórico
O Bar do Tigrão foi fundado por Fernando Silva Caetano (“Tigrão”) em 1977 como um pequeno empreendimento familiar conciliando bar e venda de artigos gerais. Sobretudo pela iniciativa de Nadir do Cavaquinho, grande expoente do choro Rio-Grandino, o bar passa a ter música ao vivo e ser um ponto de convergência de vários músicos da cidade, sendo vinculado ao auge da prática de choro em Rio Grande, nas décadas de 1980 e 1990. As rodas de choro ocorriam inicialmente nos domingos pela manhã, e depois começaram a ocorrer em diferentes dias da semana, com variações segundo circunstâncias locais de reunião (festas), e a partir da própria iniciativa dos músicos, que usavam o local como ponto de encontro para tocar. Há no relato dos frequentadores do bar a descrição da roda de choro como um evento que ocorria, inicialmente, em um ambiente reservado dentro do bar, para além do balcão. A dinâmica e a dimensão da roda foram variáveis durante sua trajetória, alternando momentos de maior aleatoriedade e rotatividade dos participantes, com momentos com um regional mais estável (remunerado), de base, sempre com repertório misto de choros e sambas, e com ativa participação do público com “canjas”.
O bar foi celeiro de formação do grupo “Som Brasil”, grupo do cavaquinista Nadir do Cavaquinho, com o qual gravou alguns discos e que recebeu o 3º lugar no I Festival de Choro de Porto Alegre, com “Um chorinho na Barra”. Segundo os relato orais presentes em Magalhães (2020) dos frequentadores das rodas do “Tigrão”, ao lugar confluíram músicos como Ayrton Pimenta, Emilinho, Jesus e Dica Rechia, Belmonte, Deco, Luiz Laviguerre, Possidônio Tavares, Jairo, Ivan (Canhoto), Adão, Veleda, Jorginho, Nilinho, entre outros.
Com as modificações e reformas no ambiente do bar, o local foi aos poucos convertendo-se em um lugar de baile com palco e pista de dança, e gradativamente formatando-se nos moldes de uma casa noturna típica. Desde o começo dos anos 2000 aproximadamente, funciona com grupos variados de forró, samba com entrada paga ao local, seguranças nas portas, e não oferece mais como atração a roda de choro.
Informações Complementares
Formação do grupo “Som Brasil”
Nadir (cavaquinho) Jesus Rechia (cavaquinho), Eli “Negro” Prado (pandeiro), Everton (vocal), Paulinho Olmedo (bateria), José Paulo Barbosa (surdo), Serginho (violão), Dica Rechia (violão 7 cordas), Onildo (vocal e repique)
Website e/ou contato do evento
Referências
MAGALHÃES, F. C. ; MAGALHÃES, R. M. O Período Áureo do choro em Rio Grande – A cidade onde o vento solfeja. Rio Grande: Renato Martins Magalhães, 2019.
MAGALHÃES, Fernando. Depoimento à equipe de pesquisa realizada em 27 de maio de 2021.