Metadados
Está ativa? (considerar as rodas e lugares ativos até a pandemia)
Sim
Região
Cidade/Estado
Endereço
Bairro Cidade Alta, Praça Padre João Maria. 2º e 4º sábado de cada mês, às 09h30.
Descrição Geral e/ou Histórico
A roda/projeto Choro do Caçuá acontece na cidade de Natal e é coordenada pelos músicos Carlos Zens, Anchieta Menezes, Fernandinho Régis e Pedro Paulo. O projeto tem como objetivo reunir e trazer obras de artistas natalenses que queriam tocar e apreciar o choro, que consistia em uma roda de choro fixa na cidade. Fernandinho Régis, músico bandolinista e rabequeiro, ressalta que havia muito poucas rodas com agenda fixa e gratuita em Natal, antes do Choro do Caçuá. A roda acontece numa praça pública da cidade, aberta tanto para as pessoas que quisessem tocar quanto para quem quisesse assistir.
A proposta começa a ser pensada em janeiro de 2018, a partir do encontro dos músicos Carlos Zens, Fernandinho Régis e Anchieta Menezes. Carlos Zens havia feito uma viagem à cidade de São Paulo e também passou pelo Rio de Janeiro. Nesta cidade, visitou uma roda de choro que acontecia numa praça. Carlos volta para Natal empolgado para fazer uma proposta parecida na capital potiguar e convoca Anchieta e Fernandinho para isso.
Para começar a colocar a ideia do projeto em prática, os três músicos passaram a se reunir todas as quartas pela manhã. O intuito era estudar, ensaiar, conhecer, tocar e formar repertório a partir das obras das musicistas e músicos do Rio Grande do Norte. Os encontros acontecem no espaço cultural Estação do Cordel, que deu apoio estrutural ao projeto desde o início. Entre esses, disponibilizaram estrutura de sonorização, suporte de camarim e energia elétrica para os músicos do evento que acontecia na praça que fica em frente ao estabelecimento. A Praça João Maria é uma referência cultural para Natal, por abrigar vários eventos culturais na cidade.
A roda Choro do Caçuá era aberta a quem quiser chegar e tocar, algumas vezes Carlos Zens distribuía partituras para os músicos que queriam acompanhar mais detalhadamente. Havia uma predominância espontânea de instrumentistas de percussão. Mais perto do final da roda, a participação de cantoras e cantores aconteciam e algumas pessoas também declamavam poesias.
Resumindo, o projeto Choro do Caçuá virou uma roda de choro que tem abertura para outras convivências artísticas e acontece todo segundo e quarto sábado de cada mês, pela manhã, a partir das 09h30. A roda não tem fins comerciais, mas um caçuá (espécie de cesto) é passado entre o público para coletar doações a livre escolha. O valor arrecadado era distribuído entre os músicos participantes.
Informações Complementares
O músico Fernandinho Régis ressaltou que antes do Choro do Caçuá existiram pelo menos duas rodas de choro importantes em Natal e no Rio Grande do Norte. A primeira roda citada acontecia no final da década de 1970 e nos anos 1980, no Café Nice. O espaço ficava no Alecrim, bairro histórico e comercial da capital potiguar. Vale salientar que esta roda já foi citada por diversos músicos natalenses anteriormente consultados para a pesquisa. (Ver: Café Nice 2)
Existiu também outra roda de choro no Espaço Cultural Burado da Catita que acontecia na Ribeira, outro bairro histórico de Natal. A Roda do Buraco da Catita marcou bastante por volta de 2007, 2008, acontecia num beco sem passagem para carros e costuma ter muito público. É outra roda muito referenciada entre as choronas e os chorões da cidade. (Ver: Buraco da Catita)
Outras rodas e lugares importantes que marcaram o contexto do choro natalense foram:
Real Botequim, no Shopping Cidade Jardim no bairro Capim Macio;
Lamparina Bar, que também ficava localizado no bairro de Capim Macio;
Solar Bela Vista, no bairro Ribeira;
Tom Maior Botequim, no bairro Lagoa Nova;
Choperia Petrópolis, no bairro de Petrópolis;
Terraço Petisco e Grelhados, no bairro Capim Macio;
Vila Franca no bairro de Tirol;
Rochinha dos Pneus, no bairro de Lagoa Seca;
Roda do Choro Potiguar, organizada por um tempo pelo músico Diogo Guanabara;
Roda de Choro do SESI, organizada pelo Núcleo de Choro, que tinha entre seus professores o Alexandre Moreira, músico referência importante para o ensino do choro na capital potiguar;
A Confraria do Choro, organizada por Bruno Barros.
Fernando Régis acredita que o Choro do Caçuá também teve tanta adesão entre a turma chorona e repercussão na mídia natalense devido a importância do músico Carlos Zens, na cidade e no meio musical nacional.
O Choro do Caçuá também concorreu e ganhou alguns editais culturais da prefeitura de Natal. Quando isso aconteceu, apresentações eram realizadas com a participação dos músicos recebendo cachês.
Em tempos de pandemia, o Choro do Caçuá realizou algumas ações virtualmente, como a série Potiguares no Choro. Todas essas estão registradas em suas redes sociais.
Através do Edital Aldir Blanc do governo do Rio Grande do Norte, o Choro do Caçuá lançou em 2021 seu primeiro EP, com 4 choros autorais de seus integrantes Anchieta Menezes, Carlos Zens, Fernandinho Régis e Jonathas Marques. O EP "O Choro Vive no Caçuá" foi patrocinado pela Fundação José Augusto, Estado do Rio Grande do Norte, Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal através da Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural.
Website e/ou contato do evento
https://www.instagram.com/chorodocacua/ https://www.facebook.com/chorodocacua https://youtube.com/channel/UCT6D7yor78OdcZBV-T-MKBQ (Canal do YouTube com as faixas do EP)
Referências
RÉGIS, Fernando. Depoimento à equipe de pesquisa realizado em 09 de junho de 2021.