Metadados
Está ativa? (considerar as rodas e lugares ativos até a pandemia)
Não
Região
Cidade/Estado
Endereço
CLS 314, bloco D
Descrição Geral e/ou Histórico
O Bar Xereta é tido como um dos locais pioneiros em rodas de choro em Brasília. As rodas no estabelecimento, também conhecido como Bar do Dizinho, se iniciaram, pelo menos, em 1976. Tais rodas se mantiveram ativas até 1986.
As rodas eram realizadas às sextas-feiras e aos sábados, mas houve períodos em que as rodas ocorriam às quintas-feiras. A composição da roda acontecia espontaneamente, a depender dos músicos presentes. Não havia pagamento de couverts e nem mesmo abatimentos nas contas dos músicos. Não havia amplificação elétrica dos instrumentos.
O bandolinista Coqueiro (Dyonisio Della Penna, 1930/2012), que dividia seu tempo entre a música e sua oficina de conserto de carros, foi um dos principais personagens dessas rodas. Segundo o flautista Antônio Lício, frequentador das rodas: “o Coqueiro foi elemento de aglutinação no local, uma vez que o dono do boteco era mecânico e trabalhava em sua oficina”.
Muitos chorões e choronas importantes passaram pelas rodas pioneiras do Xereta, tais como: o próprio Coqueiro (bandolim), Carlinhos Giffoni (bandolim), Jurandir (violino), Odete Ernest Dias (flauta), Nivaldo (flauta), Licio (flauta), Vieira (flauta), Dolores (flauta), Chico Doido (sax) Luizinho (sax), Aquino (clarineta), Alencar 7 Cordas, Joca 7 Cordas, Valerio (violão), Ricardo (violão), Six (cavaco), Chico de Assis (cavaco), Paulo Viana (cavaco), Kunka (surdo) e Alcides Caminha (percussão), dentre outros.
Informações Complementares
Lício aponta ainda que as constantes reclamações de vizinhos levaram a ameaças de fechamento do bar por diversas vezes. Segundo Lício, esses episódios, somados à consolidação das rodas na residência da professora Odette, “levantaram a ideia de se procurar um lugar específico para as reuniões de choro, o que se concretizou com a cessão pelo GDF do primeiro espaço para sede do Clube junto ao Centro de Convenções, que funcionou de 1982-1999”.
Referências
LÍCIO, Antônio. Depoimento à equipe de pesquisa realizado em 15 agosto de 2021.