Metadados
Está ativa? (considerar as rodas e lugares ativos até a pandemia)
Não
Região
Cidade/Estado
Endereço
SQS 311
Descrição Geral e/ou Histórico
As rodas na residência do clarinetista Celso Alves da Cruz são de fundamental importância para o choro em Brasília, sobretudo por reativar o importante movimento de Choro iniciado em 1968 (na residência do cavaquinista Raimundo de Brito) e por impulsionar a criação do Clube do Choro de Brasília.
Nascido no Rio de Janeiro em 1943, o músico e economista Celso Cruz se mudou para Brasília em setembro de 1970, em função de suas atividades no IPEA e no Depto. de Economia da UnB.
Logo em sua chegada à capital, Celso conheceu os chorões da cidade e passou a frequentar as reuniões na casa do cavaquinista Raimundo de Brito, que passaram à história como os “sábados à tarde”. Em janeiro de 1973 o clarinetista se mudou para os Estados Unidos, em função de uma pós-graduação em Economia.
Em 1976, ao retornar a Brasília, Celso soube da notícia da morte de Raimundo de Brito e percebeu certa desarticulação dos encontros de choro. Nesse momento, Celso procura retomar os contatos com os
músicos de choro e reaquecer os encontros. Celso lembra que logo ao voltar dos Estados Unidos, em janeiro de 1976, e tomar conhecimento do falecimento do Raimundo, “comecei a fazer contato com os músicos que já conhecia e propus nos reunirmos em meu apartamento aos sábados à tarde para tocar choro. A ideia era criar o Clube do Choro de Brasília, inspirado na recente criação do Clube do Choro do Rio de Janeiro”.
A partir de então as reuniões voltam a acontecer e se intensificam cada vez mais. Ainda no ano de 1976, os encontros em sua casa e também no apartamento da flautista Odette Ernest Dias se extrapolam em apresentações públicas no Teatro Galpão e no Auditório da Escola Parque, com o apoio da Fundação Cultural de Brasília. À essa altura, o grupo já se identificava como Clube do Choro de Brasília, a partir da sugestão de Celso Cruz.
Além do próprio Celso Cruz, os principais frequentadores da roda eram os seguintes: Avena de Castro (cítara), Pernambuco do Pandeiro, Bide da Flauta, Waldir Azevedo (cavaco), Odette Ernest Dias (flauta), Reco do Bandolim, Ely do Cavaco, Alencar 7 Cordas, Hamilton Costa (violão), Nivaldo da Flauta, Valério Souza (violão), o Edgardo Cardoso (violão) e Manoel Vasconcelos (pandeiro) e Valdeci (pandeiro).
Celso Cruz voltou para o Rio de Janeiro no final de 1976. As rodas continuaram a acontecer no apartamento da flautista Odette Ernest Dias*, onde o Clube do Choro é registrado formalmente em 1977, ganhando personalidade jurídica, habilitando-se a receber do Governo do Distrito Federal um Espaço próprio para realização de suas atividades.
Celso Cruz mantém importante atividade com o choro no Rio de Janeiro. Entre junho e agosto de 1977, participa do histórico disco Os carioquinha no choro, juntamente com Raphael Rabello (violão 7 cordas), Maurício Carrilho (violão 6 cordas), Luciana Rabello (cavaco), Celsinho Silva (pandeiro), Mário Florêncio Nunes (percussão) e Paulo Alves (bandolim), lançado pela gravadora Som Livre.
Referências
CRUZ, Celso. Depoimentos à equipe de pesquisa concedidos em 18 e 19 de agosto de 2021.