Metadados
Pessoa ou grupo responsável
Paulo Sá. Atualmente só há um professor de bandolim, responsável pelas aulas de caráter prático e teórico.
Endereço
Rua do Passeio, 98
Cidade/Estado
Região
Descrição Geral e/ou Histórico
O curso de Bacharelado em Música com habilitação em Bandolim na UFRJ foi criado em 2009, com início em 2010, e vem a ser o primeiro do gênero em escola de nível superior no Brasil. As disciplinas obrigatórias incluem aulas individuais e coletivas de leitura à primeira vista, prática de bandolim, prática ligada à tradição oral, envolvendo aspectos técnicos, históricos, interpretativos, com base na música popular brasileira, incluindo o choro, desenvolvimento de repertório; aulas de percepção musical, harmonia aplicada ao instrumento, contraponto, prática de conjunto, canto coral, prática de transcrição, além de disciplinas optativas teóricas e práticas. A carga horária mínima para conclusão do curso, no período de 4 anos, é de 2400 horas, incluindo um recital de formatura. Kleber Kurt Vogel e Marcus Garrett foram os primeiros alunos a completarem o Bacharelado em Bandolim na UFRJ, em 6 de dezembro de 2013 e 25 de novembro de 2014, respectivamente. Sendo o bandolim um instrumento típico do Choro, e a universidade pública um espaço que sempre privilegiou o ensino da música erudita, a criação do curso de Bacharelado em Música com habilitação em Bandolim na UFRJ representa uma conquista do reconhecimento do valor cultural desse instrumento, do Choro e da música popular brasileira no ambiente acadêmico. O repertório de música popular tem um foco maior no Choro, aqui entendido como um gênero mais amplo, contemplando Tango Brasileiro, Maxixe e todos os hibridismos decorrentes, como Polca-Choro, Samba-Choro, etc. Dentre os mestres consagrados na tradição do Choro, destacamos os repertórios de Jacob do Bandolim, Luperce Miranda, Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Anacleto de Medeiros, citando apenas alguns daqueles que fizeram história no gênero. Composições de bandolinistas e/ou de outros instrumentistas além do bandolim também são trabalhados durante os oito períodos de curso. Tendências mais modernas na linha de Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti também são estimuladas, além de peças de caráter da assim chamada "música erudita”, principalmente do período Barroco, com o qual o Choro possui conexões estruturais.
Dimensão do Público Atingido
Sendo um curso relativamente novo, o público de alunos propriamente dito ainda é reduzido em relação a instrumentos que estão mais em evidência por muito mais tempo, como piano, violão, etc. Por outro lado, é possível constatar um crescente interesse indireto pelo curso através das inscrições de Instrumento B e alunos de Licenciatura. Além disso, o curso de graduação tem gerado interesse de bandolinistas com foco na pós-graduação, como por exemplo, Daniel Migliavacca, Tiago Santos e Vitor Casagrande, que terminaram o Mestrado Profissional em Música (PROMUS-UFRJ) sob orientação do próprio professor de bandolim, que também atua na pós-graduação. Atualmente também estão sendo orientados os bandolinistas Marcus Garrett (mestrado profissional), Fernando Duarte (doutorado) e Ivan Paparguerius (doutorado), que desenvolvem temas ligados diretamente à história e à prática do bandolim no Brasil. Alunos estrangeiros também têm passado pelo curso de graduação e de pós-graduação através de intercâmbios institucionais, frequentando disciplinas relativas ao ensino de bandolim entre seis e doze meses, como Olga Cornejo (bandolinista chilena bolsista da FONDART - Fundo Nacional de Desenvolvimento Cultural e Artes, em 2013) e Johan Corrales (bandolinista colombiano, estudante de bandolim do Artesis Plantijn Hogeschool Antwerpen, em 2016). O curso de bandolim gerou também o Momento Rio-Bandolim, um festival internacional de bandolim da Escola de Música da UFRJ, em 2011, 2013, 2017 e 2018, com participação de bandolinistas de diversos países com concertos e master classes. O Choro foi amplamente destacado em todas as edições, apresentando bandolinistas como Joel Nascimento (RJ), Ronaldo Bandolim (RJ), Marco César (Pernambuco), Afonso Machado (RJ), Paulo Sá (RJ), Rudá Brauns (RJ), Marcus Garrett (RJ), além de alunos da EM-UFRJ e da comunidade em geral.
Perfil do Público Alvo e Acessibilidade
Alunos de diferentes localidades da cidade do Rio de Janeiro, da Baixada Fluminense e de outros estados. A UFRJ não tem vestibular próprio. Para ter acesso aos cursos de graduação, é necessário ter aprovação no ENEM (www.enem.inep.gov.br) e, posteriormente, optar pelo curso escolhido no SiSU (www.sisu.mec.gov.br). No caso da música e demais cursos específicos, o THE (Teste de Habilidade Específica) faz parte do processo seletivo. Além disso, o Sistema de Cotas, com 30% das vagas de graduação. Com relação ao conteúdo e à dificuldade técnica do THE, o bacharelado procura atender um público-alvo sem perder a perspectiva da tradição oral, mas ao mesmo tempo observando o nível de fluência na leitura à primeira vista e na interpretação dentro do estilo. Além desta leitura e de uma peça de confronto comum a todos os candidatos (peça de nível técnico básico), o THE consta também de uma peça de livre escolha.
Informações Complementares
A proposta de criação da habilitação Bandolim do curso de Bacharelado em Música foi aprovada pelo CEG em 27/05/2009.
Website da Ação
Contato - Email
paulo_sa@musica.ufrj.br
Referências
Sistema Integrado de Gestão Acadêmico. Disponível em https://siga.ufrj.br/sira/temas/zire/frameConsultas.jsp?mainPage=/repositorio-curriculo/8D88AB90-92A4-F79A-0C77-D241B098345A.html. Acesso em 06 de agosto de 2021