Histórico

A coleção “Sábado à tarde”, do acervo de Beth Ernest Dias, embora formada em grande parte por cópias, está toda digitalizada. Essa coleção constitui-se de documentos que descrevem e detalham a história pioneira do choro em Brasília, a partir das reuniões promovidas pelo cavaquinista Raimundo de Brito (entre 1968 e 1974) em seu apartamento na quadra 105 de Brasília (os tradicionais “Sábados à tarde”). Tais encontros ocorriam em companhia de vários músicos dedicados ao choro, especialmente o citarista Avena de Castro, que liderava estas reuniões.

Ao decupar o ambiente musical da época, a pesquisa trouxe à tona um pedaço da história do Choro da cidade que até então só era contado de maneira esparsa e sem destacar os seus protagonistas. Essa lacuna, ao ser preenchida, permitiu uma maior e melhor compreensão da chegada e da permanência do choro na história da vida musical de Brasília, que acarretou na fundação do Clube do Choro de Brasília.

Além de aprofundar os conhecimentos sobre a vida e obra de Avena de Castro, a pesquisa para o projeto “Sábado à tarde” (por meio de documentos e depoimentos) também ajudou a ampliar a compreensão sobre a história da vinda e da estadia de Jacob do Bandolim na capital. A pesquisa se dedicou também a explicar os papéis exercidos por figuras muito importantes nesse contexto, como o dr. Arnoldo Velloso e a pianista Neuza França, e ainda situa personagens como o violonista Giovani Pasche, o pandeirista Dudu e o clarinetista Celso Cruz em sua evidente posição de elemento de ligação entre os períodos da história do choro em Brasília.

Porém, a maior relevância da pesquisa é a reafirmação da importância da carreira do citarista Heitor Avena de Castro, músico excepcional que já havia brilhado nos palcos do país inteiro antes de se radicar na capital. Em Brasília, por meio do choro, sua musicalidade e habilidade como compositor se impuseram aos demais, numa natural ascendência reconhecida por todos os companheiros de rodas de choro.