Histórico

Nascido na cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, Tranquilino Bastos era filho de português com uma negra alforriada. Aprendeu a tocar clarinete ainda na infância, chegando a atuar profissionalmente, como clarinetista, já aos 14 anos de idade, em bandas de música locais. Sua formação musical materializou-se a partir do diálogo com a música brasileira de seu tempo e também com as culturas musicais italiana, francesa, alemã e espanhola. Em vida, formou diferentes gerações de musicistas em diversas localidades da Bahia durante os 60 anos de sua atividade como musicista, a exemplo de notório mestre de banda Irineu Sacramento. O maestro envolveu-se também com movimentos sociais e políticos de sua época, convertendo-se em fervoroso entusiasta da causa abolicionista, fato que impactou suas atividades musicais. Compôs obras como o Hymno Abolicionista, Hymno 13 de Maio e o dobrado Navio Negreiro, quase homônimo ao celebrado poema de seu contemporâneo Castro Alves. Compositor, arranjador, instrumentista, regente, professor de música e jornalista, Tranquilino deixou vasto acervo de partituras musicais sob os cuidados de sua filha e herdeira - Almerinda Bastos -, adquirido posteriormente - década de 1970 - pela Fundação de Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB). Encontra-se atualmente no Setor de Obras Raras da Biblioteca Central do Estado da Bahia, embasando consultas informais e pesquisas na contemporaneidade. A Biblioteca Central do Estado da Bahia é a mais antiga da América Latina e a primeira biblioteca pública do Brasil. Atualmente conta com um acervo de 600 mil exemplares (dentro os quais 150 mil livros), distribuídos por diversos setores internos como: Braille, Infantil, Pesquisa/Referência, Empréstimo, Periódicos, Obras Raras e Valiosas, Documentação Baiana, Artes e Audiovisual.