Refêrencias Bibliográficas
Filha de Oscarina Lemos(Dona Serafina-in memorian) e Eloi Machado(in memorian),nasceu em 31/03/1964 em Arroio Grande, Dos oito irmãos ,Santa Geroni é a única com formação acadêmica. É casada com o Sr. Ivair Botelho e mãe de três filhos: Andressa Machado,30 anos sua filha do coração; André Lucas Barros,28 anos e Yasmini Barros Botelho,21 anos.
A professora Santa Geroni formou-se no Curso de Magistério, no Instituto Estadual de Educação. Noni, como é chamada, iniciou sua a trajetória pedagógica em 1997, na Rede Municipal, atuando em turma “Multisseriada”, numa Escola da Zona Rural do município de Arroio Grande. Desde o começo de sua carreira, a professora Noni concentrou seus esforços na luta e na resistência pela representação e representatividade negra no Livro Didático. Como alfabetizadora, bem antes da existência de uma lei que despertasse a visão dos professores sobre a presença negra nos Livros Didáticos, ela percebendo que as cartilhas que eram enviadas à escola traziam representações dos negros em condições desiguais aos brancos ou que retratavam o negro apenas como escravo e em condições subalternas(empregadas doméstica , cozinheira, lixeiro...) ,num ato de ousadia decidiu criar sua própria cartilha ilustrada com negros ocupando lugar de destaque na sociedade para que as crianças negras tivessem referências positivas.
Em 1999 , Santa Geroni formou-se no Curso de Letras-Licenciatura Plena em Português pela Universidade Federal de Pelotas-UFPel-RS. Desde então ,passou a atuar na Escola Municipal João Goulart, na Disciplina de Língua Portuguesa com turmas de quinta a oitava série ,naquela época. Na oportunidade, a professora Noni criou um grupo de Dança Afro como viés para trabalhar a cultura negra na escola, mais uma vez, a professora usou seu talento e sua ousadia para desenvolver questões que envolviam a ancestralidade negra, a religiosidade de matriz africana, costumes, valores e saberes do povo negro.
“O Grupo de Dança Afro surgiu da necessidade de eu trabalhar questões referentes ao negro em nosso país. Na época , meus alunos tinham grande dificuldade de realizar uma pesquisa, visto que nos livros didáticos não haviam matérias que mostrasse a cultura negra. Então eu levava para a sala de aula exemplares da Revista Raça –uma revista onde meus alunos podiam ter uma visão do negro como protagonistas ,negros empoderados na sociedade.”, diz Santa Geroni.