Histórico/contexto
A Charqueada São João foi inaugurada em 1810 por Antônio José Gonçalves Chaves, famoso barão do charque, sendo, segundo relatos históricos, a segunda erguida em Pelotas. A produção do charque, que era realizada por mão de obra escrava, trouxe uma opulência a cidade, que chegou a ser conhecida como a mais aristocrática do Rio Grande do Sul. A salga da carne para o charque acontecia entre os meses de novembro a abril, e era preciso manter os negros escravos ocupados, e em muitas charqueadas funcionava em paralelo uma olaria ou os senhores possuíam chácaras onde os negros eram conduzidos para derrubada de mato e plantar os mais diversos produtos. As condições insalubres das olarias e das charqueadas reduziram o tempo de vida de muitos escravos negros. As charqueadas trouxeram riqueza para Pelotas, mas é preciso ressaltar, sempre, que elas se fundamentaram na servidão, na opressão e no derramamento de sangue escravo. Hoje em dia ainda é possível ver os objetos e ferramentas utilizados na indústria do charque e a fachada original da Senzala na Charqueada São João. No tempo presente, as escavações trazem histórias do passado através dos artefatos encontrados nas escavações que podem ser reinterpretados e contarem uma nova história no futuro.