Histórico/contexto
Nasceu na data de 2 de março de 1958, na cidade Arroio Grande, RS. Filha de Natália Giolanda Lemos Gonçalves (in memorian) e de Gomercindo Gonçalves (in memorian), a quinta filha do casal, que se totalizava em sete irmãos, sendo quatro homens e três mulheres. Aos seus 13 anos, se mudou para Macapá, onde viveu três anos de sua vida, juntamente com um casal de orientais que a levou para trabalhar, após esta estadia mudou-se para Curitiba juntamente com o casal. Nesta cidade, ao completar seus 20 anos, foi agraciada pelo nascimento de sua primeira filha, que chamou de Liliane. No ano 1978, “Mãe Preta” retorna a sua cidade natal, carregando consigo sua filha que completava seis meses de vida, ao chegar ela começa a prestar serviços domésticos. No ano de 1979, nessa época com 21 anos, por intermédios de amigos em comum conheceu Ema Acosta Braga (anexo 1), figura de grande reconhecimento na cidade de Arroio Grande como uma baluarte da religião afro, cultuando especificamente a nação de raíz Jeje , conhecida como Mãe Ema D’Xangô (in 4 memorian). No ano seguinte, após perceber a necessidade de atender aos chamados dos orixás, a “Mãe Preta” deu início a sua trajetória religiosa, realizando seu “amaci” na data de 23 de Julho de 1980, onde ela se encontrava gestante de 5 seu segundo filho, Robson André, que iria vir nascer três meses após. Sendo uma filha de santo ativa na casa de Mãe Ema D’Xangô, desde a sua iniciação acompanhou todos os afazeres na casa, onde pode presenciar inúmeros ritos e ensinamentos (anexo 2). No dia 8 de outubro de 1981, “Mãe Preta” deu a luz ao seu terceiro filho, uma menina que chamou de Priscila. Esta filha foi criada por Mãe Cleusa D’Bará, esta é irmã carnal de Mãe Ema de Xangô, e também desempenhou um papel fundante na sua trajetória religiosa realizando o papel de madrinha. No ano de 1982, “Mãe Preta” realizou o seu apronte no dia 17 de julho, data esta marcante pois foi feito o assentamento de seu pai Ogum, e de seus demais orixás. Desempenhando um papel fundamental no Ylê de Xangô e Oxum, nome da casa de religião no qual pertencia, “Mãe Preta” sempre se colocou à disposição para auxiliar no andamento da casa que ia até a produção de amaci de seus novos irmãos de santos, como até as comidas que seriam ofertadas ao Orixás. Entre todo este empenho ela teve mais dois filhos, Peterson nascido no ano de 1985 e Ana Karolina nascida no ano de 1988. No ano de 1985, Mãe Preta também começa a sua trajetória na Umbanda (anexo 3), sempre contando com a ajuda para este trabalho de desenvolvimento espiritual de sua mãe de santo e seu padrinho na Umbanda, o também residente de Arroio Grande, Pai Nelson de Xangô (in memorian), que na época tinha 54 anos. Sua trajetória como Mãe de Santo, deu-se início no ano de 1989, quando realizou o amaci em um menino que era neto de Mãe Ema, Wagner Braga na época com 10 anos, filho este que está até hoje sob os cuidados dela e de seu orixá.