Histórico/contexto
O Clube União Operária marca à história de resistência do movimento negro da cidade. Fundado em 15 de fevereiro de 1941, por trabalhadoras(es) e operários das minas da região sul carbonífera, a sociedade completa 84 anos em 2021. A Sociedade Recreativa União Operária de Criciúma, no Sul de Santa Catarina, traz consigo uma herança ancestral, cultural e de saberes construídos na luta emancipatória antirracista não só no município, mas na região. Foram anos de dedicação das fundadoras(es), diretoras(es), das associadas(es) e frequentadoras(es) que se deslocavam de todo o estado. Contudo, ao longo da trajetória desse espaço tão importante para as populações negras, também houveram rupturas significativas nas ações institucionais que afetaram a continuidade efetiva da gestão na sociedade recreativa. Isso, por falta de responsabilidade social do poder público e a desvalorização do espaço devido às depredações na estrutura física do clube que ficou desativado por anos. No entanto, aproximadamente no ano de 2015, o clube passou por uma revitalização protagonizada pelas organizações negras de toda a cidade e região, incluindo entidades e coletivos independentes. Os motivos pelos quais a adesão de não brancos nas atividades e organizações do clube se davam, de acordo com as manchetes e relatos, devido à ausência de espaços de produção de culturas, identidades e lazer no município para essas populações em específico, uma vez que era proibida a entrada dos mesmos nos ‘espaços brancos’ em tempos passados. Para além de um espaço de estudos, rodas de conversas, debates e palestras sobre a vivência da negritude na sociedade brasileira e criciumense o União Operária realizava ainda: o Baile do Sol Raiar, Baile da Mais Bela Negra, do Mais Belo Negro, Baile da Santa Bárbara, do Havaí dentre outros momentos de felicitações que foram proporcionados e marcam a trajetória não somente de luta das populações negras, mas de reconstrução e resgate de sua humanidade negada pelo racismo estrutural. Viva o União Operária!