Histórico/contexto
Museu do Doce - Casarão 8 O Museu do Doce da Universidade Federal de Pelotas – conhecido também como Casarão nº8 – foi criado em 30 de dezembro de 2011. A casa foi construída em 1878 a mando de Francisco Antunes Maciel, político pelotense que foi Conselheiro do Imperador. Dentro da exposição estão utensílios usados pelas fábricas de doces desde 1900, a história das primeiras lojas destes produtos, além de um pouco da arquitetura da cidade. A contribuição negra para a tradição doceira da cidade foi justamente sua invisibilidade, frases como "os negros só mexeram os tachos" são comuns de ouvir, mas a influência africana foi muito maior na produção dos doces pelotenses. Embora se tenha conhecimento da grande quantidade de mulheres negras que trabalhavam na indústria conserveira, não há nenhum registro fotográfico. Lá é possível ver réplicas dos doces mais comercializados, foto da primeira rainha da Fenadoce negra e os bonecos em maiores proporções utilizados nos desfiles da Fenadoce. Charqueada São João A Charqueada São João foi inaugurada em 1810 por Antônio José Gonçalves Chaves, famoso barão do charque da época, sendo, segundo relatos históricos, a segunda erguida nessas terras. Muitas gerações trabalharam com a fábrica de charque na propriedade e quando a safra se encerrava, a charqueada servia como olaria, a mão-de-obra, que era totalmente escrava, parava para dedicar-se à produção de tijolos e telhas. Mantendo as pessoas escravizadas submetidas a ambientes insalubres. As charqueadas trouxeram riqueza para Pelotas, mas é preciso ressaltar sempre que elas se fundamentaram na servidão, na opressão e no derramamento de sangue escravo. Hoje em dia ainda é possível ver os objetos e ferramentas utilizados na indústria do charque e a fachada original da Senzala. Em frente, podemos ver a gruta de São João com pretos velhos aos seus pés e um Infá na parte superior da gruta. Gruta de Iemanjá A gruta de Iemanjá, um famoso patrimônio cultural e religioso de Pelotas, fica localizada no Balneário dos Prazeres e foi construída originalmente há mais de 50 anos. É um ponto fixo para que os devotos possam deixar suas homenagens e oferendas, principalmente durante o dia 2 de Fevereiro, quando é comemorado o Dia de Iemanjá. Iemanjá foi sincretizada com várias santas, como Nossa Senhora das Candeias e Nossa Senhora dos Navegantes, ambas celebradas em 2 de fevereiro, e Virgem Maria, a mãe de Jesus. A gruta é constituída por diversas pedras, conchas, placas de agradecimento dos devotos e um infá na parte superior. A construção da gruta foi resultado de uma articulação entre a comunidade umbandista e a Prefeitura Municipal.